“ Preciso perder a mim mesmo do que te ver perdido.”
A empregada caminhava pelo corredor com passos lentos, equilibrando a bandeja intocada entre as mãos. O metal prateado refletia a luz suave da manhã que entrava pelas altas janelas do casarão, e, ainda assim, o brilho não era capaz de esconder a tristeza estampada em seu semblante. Os pães ainda quentes exalavam um perfume irresistível, o café soltava vapores que se desfaziam no ar como se lamentassem o destino de não terem sido provados. A manteiga começava a perder o brilho e a endurecer sobre o pratinho, e as frutas cortadas com perfeição, que pareciam mais uma obra de arte do que alimento, permaneciam intactas, como se fossem apenas parte de um cenário decorativo.
Cada passo da mulher ecoava pelo corredor sile