Mundo ficciónIniciar sesiónLucca Ferraro
Chego em casa com o peso do dia grudado nos ombros, como se o paletó tivesse absorvido o cansaço e decidido não me devolver mais. O portão eletrônico se fecha atrás de mim com um suspiro metálico, e, por um instante, permaneço dentro do carro, com a mão apoiada no volante, observando meu próprio reflexo no vidro. O rosto me devolve um homem mais duro do que eu gostaria, a linha da mandíbula marcada, o nó da gravata desfeito, o olhar cansado.
A reunião com os acionistas ainda reverbera na minha cabeça, não pelos números, nem pelos gráficos impecáveis que Rafael preparou com precisão cirúrgica. O que me atormenta é o momento em que a sala, inflada pela própria mediocridade, resolveu brincar de trib







