Capítulo 73
O celular vibrou novamente, insistente.
Leonardo estendeu a mão e pegou o aparelho, vendo no visor o nome que o fez esboçar um pequeno sorriso, ainda que cansado: “Manú” — sua irmã mais nova.
Atendeu de imediato:
— Oi, maninha… — a voz saiu rouca, pesada de cansaço.
Do outro lado, ela respondeu com aquele tom animado e direto, que sempre conseguia transmitir a ele um pouco de paz:
— Leonardo, você tá bem? Acabei de ver na TV… um assalto numa padaria aí perto. Era a mesma onde você vai?
Ele soltou um meio sorriso e passou a mão pelo rosto:
— Era… Eu tava lá, Manú.
— O quê?! — a voz dela subiu um tom, assustada. — Você tá maluco?! E tá bem? Tá ferido?
Leonardo riu, um riso curto e sem graça:
— Tô bem… só o braço com o curativo, mas não foi nada. Já resolvi a situação antes da polícia chegar.
— Meu Deus, Leo… — ela suspirou fundo, do outro lado. — Você não cansa, né? Não pode viver um dia normal como qualquer mortal?
Ele fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás no enco