Inaceitável

-Você está bem?

Lúcia pergunta preocupada, enquanto se aproxima tocando em meu braço.

-Estou.

Respondo-a me recompondo.

-Lúcia preciso urgentemente de um buraco para entrar e não sair nunca mais!

-Calma Laura também não é pra tanto, foi só um mal entendido, tenho certeza que ele vai entender.

-Não é só isso Lúcia. Eu o encontrei outro dia, no sábado, para ser mais exata, nos esbarramos e tivemos uma pequena conversa.

-Que tipo de conversa para estar tão assustada?

-Eu disse que ele era lindo e gato, e era uma oportunidade maravilhosa deparar-me com tão majestosa beleza.

-Há você disse só a verdade Laura, não se preocupe.

-Mas o que eu não esperava, era ter uma relação profissional com o bonitão.

-É, nisso você está certa, vai ser difícil paquerar em local de trabalho.

-Para! Lúcia. Não é nada disso, o seguinte é, se o meu chefe descobrir que dei em cima do filho dele ele pode até me demitir.

-Não exagera Laura, você fala como se não fosse a favorita do chefe.

-Mas se tratando do filho é algo bem diferente.

-Não precisa se preocupar vamos continuar o nosso trabalho que dará tudo certo.

-Assim espero.

Digo enquanto caminho até o elevador.

A seção de fotografias foi breve demais, pois escuto a batida na porta, já esperando que seria ele.

-Com sua licença.

Ele entra fechando a porta atrás de si.

-Pois não. Em que posso ajuda-lo?

-Essas são as fotografias e os nomes dos modelos selecionados.

-Nossa que rápido a escolha dos modelos. Tem certeza que realmente houve escolha?

-Eu sou muito prestativo naquilo que faço e eficiente também.

Ele fala com as mãos sobre as fotografias em cima da mesa, e me encarando ao mesmo tempo.

-OK obrigada, darei uma olhada e passaremos adiante com a propaganda.

Falo com um tom de nervosismo que não queria demonstrar.

-O que houve Laura? Está tão tímida, nem parece a garota que conheci a dois dias atrás.

-Só que a garota que você conheceu, não sabia que você era rico e muito menos filho de Drake Richard Ken. E só um detalhe, não achei que o veria de novo, por esta razão achei que deveria dizer tudo que achava.

-Laura Keith, você fica bem mais interessante sem saber quem eu sou de fato.

-Que tal deixar de temer o meu pai e passar a ser, você mesma?!

Ele se afasta saindo da sala me deixando sozinha sem palavras.

Passo mais uma hora trabalhando e vejo que está na hora do almoço, desso apressadamente para almoçar com a Lúcia, sempre vamos juntas em um café que tem em frente a empresa, tem de tudo, apesar do nome. Quando desso no térreo me deparo com o senhor Drake Richard acompanhado de David. Em meu pensamento posso chama-lo pelo primeiro nome. Mas só em pensamento.

-Olá Senhor Richard que honra o senhor por aqui.

Apesar da aparência cansada ele tem seu charme, mas que família em. Volto do meu devaneio por sua voz.

-Sim, senhorita Keith, estava a sua procura para dar-me o prazer de almoçar conosco. Meu filho chegou de viajem na sexta, quero que se conheçam já que irão trabalhar juntos.

-Este é David Richard filho.

-Já tive o prazer de conhece-la papai e é surpreendente.

Ele fala, depois beija minha mão.

-Verdade seu filho coordenou a seção de fotografias esta manhã.

-Desculpe papai estava ansioso, o senhor sabe que adoro fotografias.

-Que maravilha então você já percebeu o quanto a senhorita Keith é eficiente.

-Sim papai, será uma honra trabalharmos juntos.

-Então vamos almoçar?

O senhor Richard diz.

-Perdoe-me Senhor Richard, eu adoraria mas sempre almoço com a Lúcia.

Digo tentando me sobressair.

-É exatamente por isso que já falei com ela, não se preocupe ela concordou. Ela já foi com a Rafaela da precificação.

-Então você não tem escolha a não ser ir conosco.

O irresistível fala. Tento pensar em não matar a Lúcia depois.

-Por mim, tudo bem então.

Ótimo, fiz a reserva em um restaurante aqui próximo, onde costumávamos ir quando David era mais novo.

Tentei imaginar ele criança, o que não consegui já que era tão atraente. E o imaginava me beijando o tempo todo. Então o rostinho de criança e as brincadeiras já era, em minha imaginação, dando lugar a um romance erótico onde eu era a mocinha e ele meu salvador.

-Tudo bem senhorita Keith?

-Tudo senhor Richard.

-Papai ela sempre fica desta forma.

-Sei que venho poucas vezes na empresa filho mas Laura não é do tipo que sai de si.

-Há entendi, então é só quando estou por perto.

Ele sussurra em meu ouvido enquanto abre a porta do carro pra mim. Olho em seu rosto e o desgraçado está com um sorriso encantador. Faço cara de brava e respondo.

-Vai sonhando Senhor David Richard.

Ele fecha a porta do carro e senta no banco do motorista ao lado do pai. Então partimos.

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