AMANDA
No dia seguinte, acordei cedo, tomei banho e me alimentei. Enquanto me vestia para sair para o procedimento de fertilização, alguém bateu na minha porta. Ao abrir, me deparei com o Julian.
— Você está pronta? — perguntou ele.
— Você ainda vai comigo? — questionei, esperançosa.
— Eu disse que iria. Nada do que conversamos ontem mudou isso. Vou te apoiar, pelo menos neste primeiro momento. Até o dia em que eu realmente precisar ir embora.
— Obrigada! Sei que tudo isso é difícil para você, mas fico muito feliz por ter você ao meu lado, me apoiando nesse primeiro momento.
Ele me levou até a clínica onde o embrião seria implantado. Antes do procedimento, passei por uma consulta com um especialista, que me explicou todas as reações que eu poderia ter após a implantação, além dos cuidados necessários para o pós-procedimento.
Depois disso, o procedimento foi realizado. Agora, terei que esperar 15 dias para confirmar se a gravidez aconteceu. Serão 15 dias de muita ansiedade.
Enquanto isso, minha vida seguiu entre o trabalho, as visitas ao meu irmão e alguns momentos com Julian, que não voltou a tocar no assunto do hospital em Toronto. Confesso que não procurei saber mais sobre isso. Talvez parecesse insensível da minha parte, considerando tudo o que ele fez por mim, mas tudo aquilo me machucava demais.
Imaginei que todo esse procedimento me aproximaria mais do meu irmão, mas, na verdade, não foi bem assim. Eu não queria incomodá-lo com os meus problemas, e ele perceberia minha tristeza. Por isso, nossas conversas foram diminuindo. Ele estava cada dia mais debilitado, cansado e muito enjoado por causa da quimioterapia.
Após os 15 dias, voltei à clínica para confirmar a gravidez. Caso desse positivo, já faria a primeira ultrassonografia. Naquele dia, decidi ir sozinha, sem avisar a ninguém.
Quando a médica confirmou que eu estava grávida, senti uma felicidade enorme, misturada com ansiedade para contar ao meu irmão — e medo de revelar aos meus pais o que havíamos feito. Até aquele momento, tudo estava em segredo. Por mais que fosse por uma boa causa, sabia que havia muito preconceito envolvido, e não sabia como meus pais, tão conservadores, iriam reagir.
Eu estava realizando o sonho do meu irmão, mas o que isso significaria para minha vida profissional e afetiva? Não sabia! Mas logo descobriria. A ultrassonografia mostrou que tudo estava ocorrendo conforme o esperado — até mais fácil do que a médica previa, já que eu nunca havia engravidado antes.
Saindo da clínica, fui direto para o meu apartamento. Resolvi pedir almoço, pois estava com muita vontade de comida italiana. Enquanto fazia o pedido, Julian saiu do quarto com uma baita cara de sono — provavelmente pegou o plantão da noite e só saiu agora pela manhã. Ele entrou no banheiro e, ao sair, veio me cumprimentar, me deu um beijo e perguntou como eu estava.
— Ligeiramente grávida! Com muita vontade de comida italiana. Estou pedindo, quer algo?
— Nossa, então deu tudo certo? Fico muito feliz por você! Vamos pedir comida italiana para comemorar, eu pago! Só vou tomar um banho rapidinho e já volto.
Enquanto eu fazia o pedido, ele foi para o quarto e depois para o banheiro. Aproveitei para ir ao meu quarto — o único com suíte no apartamento — e pensei em tomar um banho e colocar uma roupa mais confortável.
Quando saí do banheiro, enrolada na toalha, encontrei Julian sentado na minha cama. Tivemos apenas um momento de intimidade entre nós, foi quando perdi minha virgindade.
O fato de ele estar ali, e eu estar apenas de toalha na frente dele, me deixou um pouco constrangida. Ele percebeu pelo meu rosto vermelho. Então, se levantou, veio até mim, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou.
— Você fica linda quando fica vermelha assim! — ele disse. — Não precisa ficar tímida depois do que já aconteceu entre nós. Já vi seu corpo com menos do que essa toalha.
— Eu sei, Julian. Só não estou acostumada com isso... mas gosto de ter você aqui no meu quarto.
— Quanto tempo a gente ainda tem até a comida chegar?
— Acho que uns 30 minutos, provavelmente. Por quê?
Ele voltou a me beijar, aprofundando o beijo. Sua mão envolveu minha cintura e me puxou ainda mais para perto. Eu podia sentir o quanto ele estava excitado — e isso despertou ainda mais minha própria vontade. Abracei seu pescoço e colei meu corpo ao dele, sentindo a conexão entre nós se intensificar.
Ele deslizou as mãos até minha cintura e depois para a minha bunda, me suspendendo com facilidade. Instintivamente, entrelacei as pernas em sua cintura, sentindo seu corpo colado ao meu. Ele roçou o quadril contra minha intimidade, provocando um arrepio imediato. Em poucos instantes, já estava na cama, com meu corpo extremamente necessitado.
Ele puxou a toalha de uma vez, deixando meu corpo completamente exposto a ele. Sem dizer uma palavra, se abaixou e me proporcionou um sexo oral maravilhoso — intenso, preciso e maravilhoso. Não demorou para que eu chegasse ao ápice, tomada por ondas de prazer.
Quando me preparei para retribuir, o som do interfone interrompeu o momento. A comida havia chegado. Julian se levantou para atender, enquanto eu aproveitei para me trocar.
Comemos na sala mesmo e, enquanto estávamos lá, Julian me perguntou como eu estava me sentindo e se já havia notado algum sintoma da gravidez.
— Apenas um pouco de náusea pela manhã. Tive cólicas leves também, mas a médica disse que isso é normal e pode acontecer até o fim do primeiro trimestre. Além disso, estou sentindo muito sono e meu humor está uma montanha-russa.
— Eu seria o homem mais feliz do mundo se esse filho que você está esperando fosse nosso. Seu irmão é um cara de sorte por ter você como irmã. Posso afirmar com certeza que nem todo mundo faria o que você está fazendo por ele.
Não soube o que dizer naquele momento. Fiz isso porque sabia, no fundo, que meu irmão também estaria disposto a tudo por mim, independentemente da situação.
— Amanda, consegui resolver toda a papelada do processo com o hospital de Toronto. Em quatro semanas, estou embarcando para o Canadá.
— Tudo bem, Julian. Acho que essa foi a decisão mais certa para você. Fico feliz que tudo tenha dado certo.