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Capítulo 2 – Sinais de Tentação

Os dias seguintes pareciam se fundir em uma dança silenciosa entre o proibido e o inevitável. Desde aquela primeira aproximação, Dominic Moretti não voltou a tocá-la — não fisicamente. Mas seus olhares, suas palavras sutis e seu controle absoluto sobre o ambiente ao redor estavam lentamente desarmando as barreiras de Isabella.

E ela odiava o quanto isso a excitava.

Isabella se viu cada vez mais imersa no mundo dele. Projetos confidenciais, reuniões fora de hora, horários estendidos na cobertura da Torre Moretti. Dominic parecia encontrar desculpas para mantê-la por perto, e Isabella, por mais que tentasse se convencer de que estava ali apenas pelo seu talento, já não conseguia negar que havia algo mais.

Muito mais.

E cada minuto ao lado dele era uma provocação silenciosa que deixava seu corpo em chamas.

**

Na manhã de quarta-feira, Isabella desceu do elevador com passos firmes, mas com o coração descompassado. Usava uma calça preta justa e uma blusa vinho de seda, abotoada até o colo, mas com tecido que deslizava sobre sua pele como se fosse parte dela.

— Uau — comentou Aaron, seu colega de equipe, ao vê-la entrar. — Esse look é pra conquistar clientes ou pra provocar incêndios?

— É só roupa, Aaron — ela riu, tentando disfarçar o calor que já subia por sua nuca.

— Claro que é — ele piscou. — Mas não com esse tecido… e não com esse corpo.

Ela sacudiu a cabeça, rindo, e se jogou na cadeira diante da tela do computador, mergulhando nos esboços do novo projeto: o “Venetian Sky”, um arranha-céu que seria o mais ousado da história da Moretti Design.

Minutos depois, o interfone tocou.

— Senhorita Hart, o senhor Moretti a espera no lounge da cobertura.

A respiração dela travou por um instante. Já havia estado com ele tantas vezes desde o início da semana, mas cada encontro parecia um passo a mais rumo a um limite que os dois se recusavam a nomear.

Ela subiu. O elevador parecia mais lento naquele dia, ou talvez fosse a ansiedade que fazia cada segundo parecer eterno.

Ao chegar ao lounge privativo, foi recebida por Dominic de pé, à frente de uma mesa posta com duas taças de vinho e uma bandeja com t***s espanholas.

— Achei que seria melhor discutirmos o novo projeto com um bom Malbec — ele disse, casual, como se aquilo fosse absolutamente normal.

Isabella hesitou.

— Em horário de trabalho?

Ele ergueu a taça, o sorriso discreto nos lábios.

— Eu sou o trabalho.

Aquela frase percorreu o corpo dela como um toque invisível. Ela sentou-se, ainda hesitante.

— Está tentando me seduzir com vinho, senhor Moretti?

— Estou tentando te relaxar, Isabella — respondeu, fixando os olhos nos dela. — Mas se isso te deixa desconfortável… posso pedir café.

— O vinho está ótimo.

Ele serviu a taça dela e então se acomodou à sua frente, os olhos varrendo cada expressão de seu rosto, como se buscasse encontrar ali uma fraqueza.

— Já esteve com alguém do trabalho antes? — ele perguntou.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Isso é uma pergunta profissional?

— Isso é uma pergunta pessoal. Você escolhe como quer responder.

Isabella bebeu um gole do vinho, deixando que o calor do álcool a encorajasse.

— Nunca misturei prazer e trabalho.

— Porque tem medo?

— Porque valorizo meu profissionalismo.

Dominic sorriu.

— E se eu dissesse que seu profissionalismo é justamente o que me excita?

Ela não conseguiu evitar a risada.

— Você é ousado.

— Eu sou sincero. E você… está com medo de se permitir.

Ela o encarou por alguns segundos, séria.

— Eu tenho objetivos aqui, Dominic. E não pretendo jogar tudo fora porque um homem bonito resolve me provocar com palavras.

— Eu não sou só palavras. E você não é só uma funcionária.

O silêncio caiu entre os dois. A tensão era espessa, quase palpável.

Isabella sabia que estava à beira de algo — algo que poderia mudar tudo. Mas antes que qualquer um pudesse dizer mais, o celular de Dominic vibrou.

Ele atendeu, a expressão mudando quase instantaneamente.

— Fale… agora não é uma boa hora… — sua voz ficou fria, dura. — Como assim “sumiram”? Aquele contrato não pode vazar…

Isabella se afastou discretamente, dando-lhe privacidade. Mas não deixou de observar o semblante sério dele, a mandíbula tensa, os olhos cortantes. Quando desligou, ele se virou para ela.

— Preciso que vá até o departamento jurídico e peça os contratos do projeto Venetian Sky. Alguém mexeu em documentos confidenciais.

— Isso é grave.

— É. E se for alguém de dentro da empresa, teremos problemas.

Ela assentiu, levantando-se.

— Vai me manter informada?

— Isabella — ele disse, caminhando até ela — eu não confio em muitas pessoas aqui dentro. Mas com você… posso baixar a guarda.

Ela mordeu o lábio inferior. Queria dizer que confiava nele também. Mas aquela confiança vinha junto de um desejo que a enfraquecia.

Ele se aproximou.

— Obrigado por não fugir — disse, olhando nos olhos dela.

— Ainda não decidi se devo.

Ele segurou o queixo dela com os dedos, levemente, com um toque que mais parecia uma promessa.

— Vai perceber que é tarde demais para fugir quando já estiver dentro de mim.

O ar saiu dos pulmões dela. E então ele se afastou.

**

Naquela noite, Isabella foi jantar com os pais, que moravam nos subúrbios de Chicago. Evelyn e Michael Hart eram calorosos, orgulhosos da filha e completamente encantados pela nova fase profissional dela.

— E o tal chefe bonitão? — perguntou Evelyn com um sorriso curioso. — Já deu trabalho?

— Ele é… exigente. Mas justo.

— Seu pai leu sobre ele. Parece ter um histórico impecável. E um império considerável.

— Espero que ele seja mais do que um rosto bonito e uma conta bancária cheia — completou Michael. — Queremos ver você crescer, filha, mas sem perder sua essência.

— Eu continuo a mesma, pai. Só um pouco mais… desafiada.

Eles sorriram.

— E isso é bom — disse Evelyn. — Um homem que desafia, mas apoia, pode ser exatamente o que você precisa.

**

De volta ao apartamento, Isabella se jogou no sofá com o notebook no colo. Havia uma mensagem de Aaron no grupo da equipe:

Aaron: “Alguém vasculhou arquivos do servidor ontem. E só a equipe sênior tem acesso. Isso vai dar merda.”

Vanessa: “Dom está com o jurídico. Mandou revisar tudo.”

Ela mordeu o lábio. Aquilo era mais sério do que parecia. Quem arriscaria sabotar um projeto milionário dentro da Torre Moretti?

**

Na manhã seguinte, Isabella estava no elevador com Vanessa quando a assistente soltou:

— Você está se envolvendo com ele, não está?

Isabella arregalou os olhos.

— O quê? Claro que não.

— Você não precisa mentir pra mim. Eu conheço Dominic há anos. E é a primeira vez que ele olha alguém assim.

— Como assim?

— Como se tivesse encontrado o que não sabia que estava procurando.

O elevador parou no 49º andar. Vanessa saiu, mas antes, deixou escapar:

— Se ele te escolheu… é porque confia. E Dominic não confia fácil.

**

No final da tarde, Dominic chamou Isabella para sua sala. Estava sério, o semblante sombrio.

— Preciso da sua ajuda com algo fora do expediente.

— O que seria?

— Um contrato foi alterado. Ninguém além de nós dois e Vanessa tinha acesso ao documento físico. Quero que revise as plantas com seu olhar técnico. Algo foi modificado e não deveria.

— Claro. Quando?

— Agora.

Ela o seguiu até um dos andares inferiores da torre, em um arquivo confidencial da empresa. O ambiente era isolado, cercado por vidro espelhado. Documentos sobre mesas, luz baixa, ar-condicionado gelado.

Dominic fechou a porta atrás de si.

Isabella analisava os papéis quando sentiu a presença dele às suas costas.

— Tem certeza que quer trabalhar até tarde? — ele sussurrou próximo demais.

Ela não se virou.

— Se for pra descobrir a verdade, sim.

Ele então encostou-se nela por trás, levemente, o calor do corpo invadindo o dela. Suas mãos pousaram em sua cintura.

— E se eu dissesse que a verdade que mais me importa agora… é o que você sente quando eu te toco assim?

Ela fechou os olhos.

— Eu me sinto… viva.

Dominic virou o rosto dela e seus lábios se encontraram.

O beijo foi explosivo, faminto. Anos de tensão concentrados em segundos.

As mãos dele exploravam seu corpo com maestria. Ela puxou o paletó dele com força, sentindo o peito firme por baixo da camisa. Ele a ergueu pela cintura e a sentou sobre a mesa, os papéis voando.

— Vai me dizer para parar? — ele murmurou entre beijos.

— Tarde demais pra fugir, lembra?

O sorriso dele foi puro pecado.

E naquela sala secreta da Torre Moretti, eles finalmente cruzaram o limite.

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