Nicole respondeu, os olhos cheios de complexidade enquanto o encarava:
— Eu...
— Saia daqui! — As pupilas escuras de Vasco brilhavam ferozmente, e ele cerrava os dentes enquanto atirava a bandeja da mesa de cabeceira ao chão, seu grito fazendo as veias de seu pescoço ressaltarem. — Saia! Fora! Saia daqui!
Antes um cavalheiro que vivia em abundância, ele se tornara um homem em estado lastimável, pisoteado e torturado à vontade.
Mais do que as lesões físicas, era o tormento à sua dignidade que Vasco achava insuportável, preferindo a morte aos olhares de piedade.
"Não é de admirar que Vasco estivesse relutante em cooperar com o tratamento."
O coração de Nicole estava cheio de complexidade, sua voz, um tanto suave:
— Eu não sabia de tudo o que aconteceu com você.
Seus olhos límpidos eram sinceros, sem enganos, e Vasco devolveu um sorriso frio e zombeteiro:
— O que importa se você sabe? Eu atirei em você, você não me odeia, quer me torturar?
Nicole piscou os olhos aquosos, observando silenc