Theo

A noite parecia mais escura do que o normal. O silêncio que envolvia a vila, tão familiar, de alguma forma se tornava pesado, como se estivesse esperando por algo que não conseguimos ver, mas que sentíamos em cada fibra do nosso ser. Eu estava andando pela floresta, o chão coberto de folhas secas estalando sob meus pés. Eu gostava de estar lá, em meio à natureza, porque era onde minha mente encontrava a paz que precisava. Mas hoje, a paz era efêmera, como se a própria terra estivesse carregada com uma energia que não conseguíamos controlar.

O pensamento de Ângela não me deixava. Ela estava em um lugar que nenhum de nós podia alcançar, lutando contra algo maior do que ela, algo que a estava consumindo lentamente. E, apesar de todo o poder que ela carregava, eu sabia que ela ainda era uma mulher frágil, presa à dúvida, ao medo de perder o controle. Eu podia vê-la, sentir sua energia crescendo, mas também podia ver a sua luta interna, essa batalha silenciosa contra algo que ela ain