AARON
A luz cegante preenche o escritório quando ele abre a porta e se depara comigo. James para no mesmo instante, encarando-me com surpresa.
— Jesus, Aaron, você me assustou — ele diz. — O que está fazendo aqui no escuro?
Eu não respondo de imediato. Meu olhar ainda está no seu rosto. Como eu deveria me sentir? Não faço ideia, para ser sincero.
— Eu não sei — digo. — Eu simplesmente entrei, me sentei aqui e não vi anoitecer.
Ele finalmente bate no interruptor de luz e me encara. Franze a testa ao me analisar.
— Aconteceu alguma coisa, filho?
Filho.
Ele me chamou de filho.
Eu sinto uma vontade tão grande de rir e chorar ao mesmo tempo. Estou ao ponto da histeria e sequer percebi isso vindo.
— Sim, aconteceram muitas coisas — eu digo. — Muitas coisas vêm acontecendo na porra da minha vida desde que eu era uma criança, não é?
Ele permanece estático.
— Não entendo.
— Você não entende mesmo ou prefere fingir não entender? — pergunto. — Seja sincero comigo, James. Você nunca, durante todo