“Nathan Prescott”

O jatinho corta as nuvens em direção a Los Angeles, mas minha mente continua uma bagunça.

Desvio os olhos do celular e observo Ann. Ela finge ler um livro, mas não vira uma página sequer nos últimos quinze minutos.

Solto um suspiro, tentando me forçar a focar nos e-mails. Mas é inútil.

A conversa do café da manhã segue repetindo na minha cabeça como um disco arranhado.

Quando foi que algo que deveria ser simples se tornou tão complicado? Ann deveria ser só mais um acordo.

Mas não é. E já sei disso há dias.

A simples ideia de ela escolher Robert, de me deixar, me incomoda mais do que deveria.

Mais do que permiti a mim mesmo sentir desde a última vez.

Ann confessou que me quer. Só eu, sem contratos, sem condições.

E ela é louca por isso. Porque eu posso machucá-la de formas que Robert jamais conseguiria.

Porque é isso que faço. Machuco pessoas. Uso pessoas. Mantenho distância para não me machucar primeiro.

Rachel me ensinou essa lição da pior maneira possível.

Mas Ann