Dentro, o juiz de paz já os aguardava. A mesa simples estava organizada com a licença de casamento aberta, carimbos ao lado e a formalidade que preenchia aquele ambiente de paredes claras. Era uma cerimônia administrativa, sem enfeites, sem exageros. Apenas olhares, assinaturas e o peso de um compromisso que, para eles, já existia muito antes do papel.
— Bom dia. — disse o juiz, cordial. — Vocês trouxeram alianças? Desejam incluí-las na cerimônia?
Gabriel ajeitou a postura, como se aquele momento, por mais sóbrio que fosse, fosse grandioso demais para ser tratado com pressa. Tirou do bolso interno do paletó uma pequena caixinha de veludo azul e respondeu com um sorriso leve, mas firme:
— Sim, senhor. Estão aqui.
— Excelente. Então vamos prosseguir. — disse o juiz.
Ele respirou fundo e, com tom solene, perguntou:
— Ava Richardson, você aceita Gabriel Vicente como seu legítimo esposo, para amá-lo, respeitá-lo e caminhar ao lado dele em todos os dias de sua vida?
Ava olhou para Gabriel,