Sabrina caminhava pelas ruas iluminadas de São Paulo, segurando a guia da pequena Mel, sua cachorrinha branca e agitada. Usava um vestido leve, que se movia com a brisa noturna, e acariciava a barriga já avançada de gestação.
Pensava nos últimos dias turbulentos, tentando encontrar algum tipo de paz na simplicidade daquele passeio. Mel farejava as calçadas, puxando-a de vez em quando, e Sabrina sorriu.
Foi então que, na esquina, o som de um motor acelerado fez seu coração disparar. Ela nem teve tempo de reagir.
O farol vermelho não conteve o carro preto que avançou descontrolado. O impacto a lançou contra o asfalto. Mel latiu desesperada. A dor explodiu pelo corpo, e a primeira reação de Sabrina foi proteger a barriga.
O carro freou a poucos metros adiante. O motorista, um rapaz que mal devia ter completado dezoito anos, saiu cambaleando, com o cheiro forte de álcool escapando junto com a respiração apressada.
— Meu Deus… o que eu fiz? — balbuciou, a voz trêmula. Os olhos dele corriam