A maçaneta girou lentamente, como se quem estivesse do outro lado da porta hesitasse antes de entrar. Um ranger suave denunciou a abertura da porta do quarto. Zoe, encolhida na beirada da cama com os olhos vermelhos e inchados, levantou o rosto com certa dificuldade. Quando viu quem estava ali, seus olhos se encheram ainda mais de lágrimas.
— Amiga... — murmurou, com a voz embargada, levantando-se de súbito. Sem pensar, atravessou o quarto em poucos passos e abraçou Celina com força, como se aquele gesto fosse seu único elo com a sanidade.
Celina retribuiu o abraço com ternura, apertando Zoe contra o peito, mesmo com o barrigão de gravidez já bem avançado dificultando seus movimentos. Sua voz veio calma, firme, como a de alguém que está ali para sustentar o outro.
— Pode chorar, amiga... Estou aqui. Chora tudo que precisar. Eu te seguro.
Zoe apertou os olhos e desabou. Chorou como se cada lágrima lavasse a dor que a consumia por dentro. Seus ombros tremiam, os soluços tomavam conta de