O coração de Pietro ainda batia descompassado, sufocado por não saber quem havia magoado sua filha. Do outro lado da linha, a voz de Anaïs, vacilante e trêmula, rompeu o silêncio com palavras que o deixaram gelado:
— Papa… é verdade que não foi você quem plantou a sementinha?
Ele piscou, sem compreender de imediato. Apertou o celular com mais força, a garganta seca.
— Como assim, filha? Do que você está falando, mon petit ange?
Do outro lado, o soluço da menina o cortava em mil pedaços.
— Que não foi você que plantou a semente que me fez nascer… e sim o tio Rodrigo.
O ar escapou dos pulmões de Pietro. Ele fechou os olhos, tentando se recompor, mas Anaïs continuou, ainda mais chorosa:
— A mamãe e o tio Rodrigo disseram… que é ele quem é meu pai, e não você. É verdade isso, papa?
Por um instante, Pietro sentiu o chão abrir sob seus pés. Um suspiro pesado escapou de seu peito — o suspiro de quem carrega uma vida inteira de amor, medo e erros. Ele se lembrava da promessa que havia feito a