A noite tinha sido longa.
Ethan Cárter encarava a cidade do alto da sacada de seu apartamento, com os braços cruzados sobre o parapeito de vidro. As luzes abaixo piscavam como faróis de um mundo que não parava nunca — exceto dentro dele. Ali, tudo estava em pausa.As palavras do pai ecoavam na cabeça, como se tivessem sido ditas há minutos: “Sou um homem falho, Ethan. Mas mesmo homens falhos tentam fazer algo certo antes do fim.”— Está tarde… — disse Isabella suavemente, saindo da cozinha com duas canecas de chá nas mãos. — Você ainda está pensando nisso, não é?Ele assentiu devagar, aceitando a caneca.— Não sei o que fazer. Parte de mim quer que ele desapareça novamente. Mas tem outra parte... — ele suspirou. — Uma parte cansada de carregar essa mágoa.Isabella se sentou ao lado dele na espreguiçadeira. O vento leve balançava seus cabelos e o silêncio entre eles era confortável.— Ninguém pode obrigar você a perdoar,