Marie Olivie observava de longe. Suas unhas perfeitamente esmaltadas cravadas na lateral da taça de café, os olhos azuis congelados fixos no vidro que separava a sala de Ethan do restante do escritório. Do lado de dentro, Isabella sorria enquanto conversava com Claire e Ethan, que acabara de colocar a mão carinhosamente na cintura da jovem.
Era demais.Ela apertou a mandíbula, o orgulho ferido queimando como ácido por dentro. Aquela não era a cena que ela esperava ver ao voltar para a cidade. Achava que, com um pouco de insistência, Ethan voltaria a enxergar o que havia entre eles. Eles tinham história. Tanta intimidade. Tantas memórias.E agora tudo isso parecia ter sido engolido pelo sorriso estúpido de Isabella.Marie não era o tipo de mulher que aceitava perder. Muito menos para alguém como Isabella — uma simples funcionária, alguém que não fazia parte do círculo social ao qual ela e Ethan pertenciam desde a infância. Era impensável.