Anthony Narrando
Saímos do restaurante, e eu fiz questão de segurar a mão dela até o último segundo, sentindo aquele toque quente e delicado que já estava me viciando. Abri a porta do carro para ela entrar, mantendo meus gestos calmos e controlados. Era difícil, mas eu me segurava. Eu sabia que, se deixasse minha obsessão tomar conta, poderia assustá-la, e era a última coisa que eu queria.
Entrei no carro e fiquei alguns segundos em silêncio antes de dar partida. O cheiro dela impregnava o espaço fechado, e eu precisei me concentrar para não fazer nenhuma besteira. Eu queria tomá-la para mim, cuidar dela, garantir que ela nunca mais teria que se preocupar com nada. Mas ela ainda estava com os pés presos no passado, e isso me corroía.
— Você ainda sente alguma coisa por ele? — soltei de repente, sem nem pensar muito.
Ana respirou fundo e passou a mão no rosto, olhando para frente.
— Pode falar, eu aguento. — insisti, minha mão apertando o volante.
— Amor, eu sei que não. Mas foram mui