Anthony Narrando
— Ana? — chamei, quando vi ela cambalear. O sorriso ainda tava no rosto dela, mas os olhos já tavam perdendo o foco.
Vi o corpo dela fraquejar como se tivesse desligando, e no reflexo, tentei segurar, mas tudo aconteceu rápido demais.
— Ela vai cair! — gritou o doutor Cláudio.
Corri pra segurar, mas ele já tava do lado dela junto comigo. A secretária dele também se aproximou, e foi ela quem puxou a cadeira pra longe, liberando espaço.
— Segura a cabeça dela! — o doutor ordenou, com a calma de quem já lidou com coisa séria antes. — Deita ela na mesa, rápido!
A secretária dele começou a empurrar os papéis, a garrafinha de água, tablet e o que mais tivesse em cima da mesa. Tudo voou pro chão. Eu já tava com o coração acelerado, quase sem ar.
— Devagar, devagar... — ele orientava, enquanto a gente ajeitava a Ana deitada ali, com cuidado. A barriga enorme se movia devagar com a respiração fraca. — Ela tá pálida. Olha os lábios.
Me ajoelhei ao lado dela, segurando a mão de