O táxi avançava pelas ruas da cidade enquanto Cecília observava a paisagem passar rapidamente pela janela, mas sua mente estava longe, perdida nos pensamentos que a faziam retornar ao Morro. Sentia o peito apertado e as mãos geladas, mas sabia que não tinha outra escolha. Havia algo que precisava resolver, algo urgente, que não podia esperar.
O motorista a olhou pelo retrovisor, curioso, mas contido.
— Está tudo bem, moça? — arriscou perguntar.
Cecília forçou um sorriso breve, tentando esconder o turbilhão dentro de si.
— Sim, só… só estou com pressa.
O motorista acenou com a cabeça e acelerou, em silêncio, deixando-a sozinha com seus pensamentos. À medida que o táxi se aproximava do Morro Paraíso, ela sentia o peso das lembranças retornando. Aquela era sua chance de escapar, mas agora tudo parecia escorregar por entre seus dedos. Precisava estar ali. Não importava o quanto temia aquele lugar, algo muito maior a obrigava a voltar.
Assim que o carro parou na praça próxima ao