Angel se casou com Antony Graham por um único motivo: negócios. O problema foi que ela se apaixonou pelo marido e depois de 1 ano casada com ele, sendo traída e menosprezada, ela finalmente se viu cansada e resolveu dar um basta em tudo aquilo. Ela só não esperava que depois de assinar o divórcio, o primeiro homem com quem foi para a cama, acabasse por ser, Aaron Blackwood, o melhor amigo de Antony e um completo cafajeste. Aaron era defitivamente tudo que ela não queria em sua vida.
Ler maisQuando penso na minha vida antes do casamento, parece outra pessoa. Outra versão de mim, uma garota que acreditava em contos de fadas modernos. Não tinha príncipe encantado, mas a promessa de uma vida estável. E, no fim, acho que foi isso que me levou a dizer "sim". Porque, na minha cabeça, meu pai sempre teve razão. Se ele dizia que Antony Graham era o melhor para os negócios, eu acreditava. Se ele dizia que Antony me faria feliz, eu confiava. Meu pai nunca me decepcionou.
Pelo menos, não até então.
Lembro claramente do dia em que ele chegou em casa, a expressão séria no rosto cansado, com o peso de um mundo que parecia desmoronar ao nosso redor. Depois que minha mãe morreu, éramos só nós dois. Não tinha mais a presença acolhedora dela, nem o calor de um lar cheio de risadas. Era só o silêncio. E ele, meu pai, fazendo o que achava melhor para manter o nome da nossa família de pé.
— Angel — ele disse, e aquela única palavra já me deu um frio na espinha. — Precisamos conversar.
Me sentei na mesa de jantar, ainda me lembrando das noites em que minha mãe preparava jantares cheios de risos e histórias. Agora, só restava a sombra daquela felicidade, e eu não estava pronta para perder mais nada.
— Sei que as coisas não têm sido fáceis... — Ele começou, desviando o olhar. — Mas há uma oportunidade que pode mudar tudo. Um acordo de casamento... com Antony Graham.
Eu conhecia o nome. Antony Graham era o herdeiro de um império, e todos sabiam que ele estava destinado a grandes coisas. Mas casada com ele? Eu? Nem passava pela minha cabeça.
— Você quer que eu me case... com Antony Graham? — A incredulidade escapou antes mesmo que eu pudesse processar a ideia.
Meu pai assentiu, os olhos carregados de culpa, mas também de uma esperança quase desesperada.
— Ele prometeu que cuidaria de você. Prometeu que faria você feliz. E isso... isso salvaria nossa família.
Eu quis protestar, quis gritar que era injusto, que não era assim que a vida deveria ser, mas… ao invés disso, apenas me calei. Minha mãe não estava mais ali, e meu pai parecia prestes a desmoronar, e no fim, quem era eu para recusar o sacrifício? Naquele momento, senti como se fosse minha responsabilidade manter nossa família unida. Mesmo que fosse através de um casamento que eu nunca pedi.
— Tudo bem, pai — sussurrei, mais para mim mesma do que para ele. — Se isso é o que precisa ser feito... eu farei.
Ele suspirou aliviado, como se um peso imenso tivesse sido tirado de seus ombros. E me abraçou, com aquele carinho que sempre fez eu me sentir segura.
— Ele vai te fazer feliz, Angel. — Ele disse com a voz trêmula, como se aquilo fosse uma promessa, uma que… eu quis muito me agarrar.
Ah, se eu soubesse naquela época o que sei agora. Mas a verdade era que, naquela fase da minha vida, eu estava mais preocupada em acreditar nas promessas do meu pai, e na estabilidade da família, do que… em questionar os detalhes. E foi assim que me casei com Antony Graham.
O dia do casamento foi uma espécie de sonho estranho. Eu não o conhecia bem, mas, aos poucos, fui me convencendo de que talvez, com o tempo, eu pudesse amá-lo. Afinal, ele era bonito, charmoso, do tipo que sabe como sorrir no momento certo, como dizer as coisas certas. Parecia um conto de fadas moderno, ou pelo menos uma versão aceitável dele.
O sorriso dele no altar parecia sincero, e quando trocamos os votos, me senti surpreendentemente otimista. Eu realmente pensei que aquilo pudesse funcionar, porque Antony me olhava como se fosse me adorar para sempre — e naquele momento, tola como eu era, acreditei nisso.
— Você está linda — ele sussurrou no meu ouvido quando trocamos as alianças. E, por algum motivo, meu coração disparou. Era fácil se deixar levar por aquele momento, pela fantasia do que poderia ser.
Depois, veio a festa. A dança. Os olhares, os flashes de câmeras, a vida que eu achava que teria ao lado dele. Uma parte de mim estava animada, esperançosa, como uma adolescente apaixonada. Eu me convenci de que estava tudo certo. Que o futuro seria bom. Porque Antony, apesar de ser alguém que eu mal conhecia, parecia ser tudo o que eu precisava.
Ele sabia exatamente o que dizer, como me fazer sentir especial. E eu, com a cabeça cheia de expectativas, me deixei levar.
Céus… o quão burra eu tinha sido.
As primeiras semanas de casamento foram como uma lua de mel interminável. Ele era atencioso, me levava para jantares, me presenteava com flores. Parecia um sonho. E, de alguma forma, aquele sentimento que eu nem sabia que tinha… começou a florescer.
Eu estava me apaixonando por ele.
Não pelo Antony dos negócios, não pelo homem que meu pai escolheu para mim, mas pelo Antony que me fazia rir e me olhava como se eu fosse a única mulher no mundo, o Antony que… eu achava ser real.
Até que... ele começou a desaparecer.
Primeiro foram os jantares que ele cancelava de última hora. Depois, as desculpas sobre o trabalho, os negócios. As noites em que eu acordava sozinha na cama, sem saber onde ele estava. Mas eu me convenci de que eram apenas fases. Que todo casamento tinha seus altos e baixos. Eu estava disposta a lutar por aquilo, por nós. Por ele.
Até o dia em que encontrei as mensagens no telefone dele. As mensagens que ele não se preocupou em esconder.
— Isso não é o que você pensa — ele disse, a voz fria, como se estivesse falando sobre o tempo. — São só negócios.
Negócios. Como se aquilo pudesse justificar o fato de que ele estava traindo minha confiança, nosso casamento. Mas eu ainda tentei, mesmo com tudo desmoronando ao meu redor. Porque, afinal, eu estava apaixonada por ele. Eu queria acreditar que podia mudar, que ele podia ser o homem que eu pensava que era.
Mas a realidade foi me atingindo, lenta e dolorosamente. E então, eu soube. Não tinha como salvar aquilo. Não havia mais nada.
O casamento que eu entrei por obrigação e amor... havia se transformado em uma prisão de mentiras.
Angel Lioncourt | New YorkO dia da reunião com Anthony chegou com um peso diferente. Em vez de medo, senti uma determinação firme, quase implacável. Ele não ia me manipular mais. Não dessa vez.Eu me preparei com cuidado, escolhendo um blazer preto que exalava confiança e poder. Enquanto ajustava o cabelo, respirei fundo, permitindo que aquele momento fosse meu.Hoje, eu não era apenas Angel Lioncourt. Eu era a mulher que havia reconstruído a si mesma.Peguei minha bolsa, saí do apartamento e entrei no carro que já me esperava. O caminho para o escritório foi tranquilo, mas minha mente estava repleta de estratégias, possibilidades e, claro, a lembrança de Aaron. Suas palavras da noite anterior ainda ecoavam em mim:"Você não é mais a mesma pessoa que ele conheceu."Eu sabia que ele estava certo.Bonnie estava na minha sala antes de mim, organizando documentos com sua eficiência habitual. Quando me viu, parou o que estava fazendo e me lançou um olhar de aprovação.— Bom dia, chefe. Es
Angel Lioncourt | New YorkA manhã seguinte parecia mais pesada do que o habitual. O ar carregava uma tensão que parecia refletir exatamente como me sentia por dentro. Anthony havia forçado minha mão mais uma vez, e agora, com a reunião marcada para o dia seguinte, eu sabia que precisava estar pronta para o que viesse.Mas enquanto me preparava para enfrentar mais um dia no escritório, havia algo diferente em mim. Eu não sentia mais aquele medo paralisante de falhar, ou de que ele pudesse me controlar. Ele tinha perdido esse poder sobre mim, mesmo que ainda não soubesse disso.Peguei meu café e saí para o escritório, sentindo a familiar vibração de Nova York ao meu redor. Era como se a cidade estivesse me lembrando de quem eu era, de onde eu tinha chegado, e de tudo o que eu ainda era capaz de fazer.Bonnie estava na minha sala antes mesmo de eu chegar. Ela tinha espalhado uma série de documentos sobre a mesa e parecia estar no meio de uma ligação importante. Quando me viu, levantou u
Angel Lioncourt | New YorkA manhã seguinte começou com o som incessante de mensagens chegando no meu telefone. Rolei na cama, já esperando o que estava por vir: Anthony continuava a ser uma pedra no meu sapato, e as consequências da coletiva de imprensa dele estavam começando a aparecer.Peguei o celular e encontrei uma enxurrada de e-mails e notificações da equipe de comunicação. Jornalistas queriam declarações, investidores pediam esclarecimentos, e, claro, havia os comentários públicos, cada um mais especulativo do que o outro.Coloquei o telefone de lado, respirando fundo. Isso era exatamente o que Anthony queria: me colocar em uma posição de defesa.Não ia funcionar.Levantei, fiz um café forte e, enquanto olhava pela janela, deixei o peso do momento se dissipar. Hoje seria sobre retomar o controle.Depois de me arrumar, vesti um blazer branco – um lembrete simbólico para mim mesma de que eu estava entrando nesta batalha com a cabeça erguida – e saí para o escritório.Quando che
Angel Lioncourt | New YorkAcordei antes do sol nascer, o peso do dia já pressionando meu peito. A reunião com os advogados tinha delineado o que precisávamos fazer para lidar com Anthony, mas isso não tornava a situação menos complicada. Ele ainda era uma sombra persistente, tentando manipular tudo ao seu redor.Enquanto tomava meu café, deixei os pensamentos vagarem. Havia algo na forma como Aaron tinha segurado minha mão na noite passada, uma espécie de tranquilidade que ele parecia oferecer sem nem perceber. Era um lembrete silencioso de que, mesmo no meio do caos, eu não estava sozinha.Depois de me arrumar, saí para o escritório, decidida a não deixar o nome de Anthony controlar meu dia.Bonnie estava esperando por mim na entrada da minha sala, com um olhar preocupado e o telefone na mão.— Bom dia, chefe. Preciso falar com você.— Algo novo?— Sim. Recebemos outra notificação de uma empresa que Anthony tentou envolver em seu plano. Eles querem saber se você realmente está apoia
Angel Lioncourt | New YorkO dia seguinte começou com a urgência que eu já esperava. A tensão no escritório era palpável, cada reunião parecia mais carregada do que o habitual, e o nome de Anthony pairava como uma sombra sobre tudo.Eu sabia que não poderia adiar a decisão sobre sua proposta por muito mais tempo. Por mais que quisesse rejeitar tudo o que ele representava, não podia correr o risco de subestimá-lo. Anthony não era apenas ambicioso; ele era perigoso quando pressionado, e a ideia de que ele pudesse tentar algo mais drástico não saía da minha cabeça.Depois de me arrumar, entrei no carro e segui para o trabalho, tentando me preparar mentalmente para o que estava por vir.Bonnie estava me esperando com uma expressão mais séria do que de costume. Ela segurava uma pasta em uma mão e o telefone na outra, claramente no meio de mais uma investigação.— Bom dia, chefe. — Ela disse, sem desviar os olhos do que estava lendo.— Bom dia. O que temos?— Um pouco de tudo. Descobri que A
Angel Lioncourt | New YorkAcordei naquela manhã com a mente clara, mas meu coração carregava um peso que não conseguia ignorar. Anthony estava de volta, trazendo consigo as sombras do passado que eu tinha lutado tanto para deixar para trás.Ao mesmo tempo, havia algo diferente dessa vez. Eu não era mais aquela mulher vulnerável, desesperada por aprovação. A mulher que Anthony conheceu havia sido despedaçada, mas, agora, eu me sentia inteira – mais forte, mais consciente de quem eu era.Depois de me arrumar, desci para o café. As notícias na TV falavam sobre oscilações na bolsa, algo que normalmente me absorveria completamente, mas, naquele momento, era apenas ruído de fundo.Anthony e sua proposta ainda ecoavam na minha mente. Por mais que eu quisesse descartar o assunto, sabia que não poderia ignorá-lo.Peguei minha bolsa e saí para o escritório, sentindo a tensão crescer a cada passo.Bonnie estava na minha sala quando cheguei, cercada por papéis e com o telefone preso entre o ombr
Último capítulo