O aroma de café trouxe minha mente do mundo dos sonhos para o presente. Não sonhei, mas o sono foi profundo o bastante para me fazer sentir descansada.
Abro os olhos e encaro o janelão aberto. A brisa fresca vinda do mar me faz querer continuar deitada, mas a voz de Eduardo interrompe minha contemplação.
— Preparei café — diz ele, sentando ao meu lado e me estendendo uma xícara.
Ainda sonolenta, sento-me e aceito a bebida com gratidão.
— Achou café?
— Temos que ir ao supermercado. Enquanto não formos, não vou sossegar. Agora toma isso logo. — Ele diz, levantando-se e indo até a cozinha.
— Você não tem nada melhor para fazer? Não tem amigos? Um lugar para ir? — rebato, levantando-me também e indo na direção dele. — Não precisa estragar seu final de semana comigo, Eduardo.
Tomo a xícara das mãos dele e a coloco na pia com um gesto firme.
— Vai, vai cuidar das suas coisas. Qualquer dia desses eu vou ao supermercado.
Quando me viro para encará-lo, ele já está bem perto. Perto demais.
— Nã