O grito de raiva de Catarina perfurou o porão.
— Você acha que pode levá-las? Então veja seu sobrinho morrer primeiro!
Antes que Alexandre pudesse saltar, ela enfiou uma seringa carregada de prata no pescoço de Márcio.
O grito do meu filho vai me assombrar para sempre.
A próxima coisa que me lembro é de acordar no salão de cura da Matilha Lua de Sangue.
— Não, não me toque! — Me debati contra mãos gentis.
— Celeste, você está segura! — A voz de Eliane rompeu o pânico. — Você está em casa, irmã.
— Eliane? — Minha voz estava rouca de tanto gritar.
Alexandre estava atrás dela, sua enorme figura projetando sombras à luz das velas. Seus olhos queimavam com uma fúria mal contida.
Então, a memória atingiu-me como um raio.
— Márcio! — Levantei-me rapidamente. — Onde está meu filho?
O rosto de Eliane se contorceu.
— Os curandeiros estão com ele. Estão tentando-
Eu cambaleei para fora da cama, minhas pernas mal me sustentando.
— Leve-me até ele. Agora.
O salão de cu