A primeira coisa que senti foi a dor. Uma pontada aguda na cabeça, como se alguém tivesse me acertado na cabeça com um martelo. A segunda coisa que notei foi que a superfície onde eu estava deitada era absurdamente macia — e definitivamente não era minha cama.
Abri os olhos devagar, piscando contra a luz suave que entrava por uma cortina de linho claro. Tudo ali parecia... organizado demais. Branco demais. Limpo demais. Eu estava em um quarto desconhecido.
Virei o rosto e foi aí que a terceira coisa me atingiu: o cheiro.
Perfume masculino. Amadeirado. Familiar. E então, uma voz que eu reconheceria mesmo nos meus piores pesadelos:
— Finalmente acordou? – Ouvi a voz masculina rouca e profunda que me fazia arrepiar.
Girei a cabeça com um pulo. Sentei na cama como se tivesse levado um choque. Ardian estava de pé, encostado no batente da porta, com os braços cruzados e uma expressão indecifrável no rosto.
Por um instante, fiquei paralisada. A vergonha me atingiu como um soco e sent