POV ENRICA
— Ele não podia… — murmurei, o sangue fervendo. — Ele não podia dizer isso. Ele não podia me usar desse jeito!
Meu peito arfava. Andei em círculos curtos dentro da cabana, as mãos tremendo. A raiva e a confusão queimavam sob minha pele como brasas vivas.
— Eu nunca pedi isso. Ele mentiu, me usou… — continuei, entre dentes. — E ainda assim… ele me jogou no centro disso tudo como se fosse um jogo político. Como se eu fosse uma peça. Uma desculpa!
Alicia se aproximou, séria. Os olhos ainda marejados, mas agora firmes.
— Então o que você vai fazer? Fugir de novo? — ela perguntou. — Porque se for isso, me avisa logo. Preparo as coisas. A gente desaparece de vez. Some do mapa. Vai viver do outro lado do continente, se quiser.
Minha garganta fechou. Olhei para ela, depois para Samuel, que aguardava em silêncio, respeitando a explosão. Ele não dizia nada, mas seus olhos me observavam, esperando.
— Ou você vai enfrentar isso — Alicia continuou. — Vai até ele. Vai perguntar com a próp