CAPÍTULO TRÊS: ENCONTRO TENSO.

POV CASPIAN.

Mas logo sua voz impaciente se fez presente, rompendo o silêncio. Estava bem claro em seu tom que ele não gostou de saber que era eu.

— Caspian. — disse ele, sem qualquer sinal de cordialidade. Uma irritação me tomou, mas mantive a calma na voz. Precisava lembrar o objetivo da minha ligação.

— Sim. — respondi.

— Como tem coragem de me ligar depois de tudo que fez com a minha filha? — perguntou com raiva.

— Alfa Magnos, estou ligando porque preciso conversar. É urgente. — falei, tentando manter o tom firme e controlado. Houve um silêncio do outro lado da linha, como se ele estivesse deliberadamente me fazendo esperar, testando minha paciência.

— Falar sobre o quê? — perguntou Alfa Magnos, seco. Respirei fundo antes de responder. Mas não poderia tratar desse assunto por telefone.

— Prefiro tratar pessoalmente desse assunto. Gostaria de solicitar uma reunião em sua alcateia. — falei.

— Me dê um motivo para permitir sua entrada no meu território. — disse, irritado.

— Precisamos conversar sobre uma ameaça que surgiu e está afetando todos os lycans. Logo ela chegará à sua alcateia. O assunto é sério e urgente. Eu não estaria lhe solicitando uma reunião se não fosse. Pode ter certeza. — falei friamente. Ele permaneceu em silêncio, mas logo respondeu:

— Isso é verdade, você não me ligaria se não fosse sério. — disse, e novamente fez uma pausa que me deixava impaciente. Começava a achar que Alfa Magnos fazia isso para me irritar. — Tudo bem, esteja aqui amanhã ao meio-dia. — disse ríspido.

— Perfeito, amanhã estarei aí. — falei.

E Alfa Magnos desligou sem responder. Suspirei, olhando para o celular. O primeiro passo foi dado. Amanhã estarei na alcateia Uivantes Negros e não sei o que encontrarei por lá. Mas uma coisa é certa: não terei uma recepção alegre me aguardando.

— Já pensou que vai encontrar nossa ex-companheira? Será que ela está mais linda que da última vez? — perguntou Odin, animado e provocador, me pegando de surpresa.

— Estamos indo para a alcateia Uivantes Negros tratar de um assunto de estado. Se ela estiver presente, não significará nada para mim. — comentei, irritado só de pensar em vê-la de novo.

— Eu vou amar presenciar seu desconforto ao ter que suportar nossa ex-companheira. Afinal, você está indo até ela e não poderá destratá-la em sua casa. — falou, debochado. Rosnei, irritado, mas não respondi. De repente, olhos violeta surgiram em minha mente, e meu peito se apertou pela primeira vez.

— Maldição… por que estou pensando nela de novo? — murmurei, frustrado. E fui tomar um banho para relaxar.

Horas depois, eu estava atravessando os portões da alcateia Uivantes Negros. Fui levado até o escritório de Alfa Magnos. Quando entrei, tive uma surpresa: Magnos não estava sozinho. Uma irritação me tomou. O que ela faz aqui?

Eu não esperava que Luna Amélia estivesse presente na reunião, e seu cheiro de bruxa me incomodava. Contive um rosnado de insatisfação. Não posso começar uma briga agora.

— Sábia escolha. Não queremos rosnar para a companheira de um alfa. Precisamos de ajuda, então não estrague tudo. — disse Odin em tom sério. Meu lobo estava certo, devo me controlar e lembrar do objetivo.

— Alfa Magnos. Luna Amélia. — cumprimentei.

Alfa Magnos levantou da cadeira e saiu de trás da mesa, vindo até mim. Luna Amélia estava sentada no sofá e lá permaneceu. Ela me olhava com atenção, e seus olhos me incomodavam por serem violetas como os da filha.

— Muito bem, aqui estamos. O que quer de mim? — perguntou friamente, indo direto ao ponto. Pelo jeito, ele me queria longe dali o mais rápido possível.

— Você o culpa por querer vê-lo longe? O que faria se alguém fizesse o que você fez com uma filha sua? — perguntou Odin. Ignorei as provocações, não era hora para isso.

— Uma doença tem afetado algumas alcateias do Canadá. A Lobo Selvagem foi dizimada. Agora ela chegou até a minha alcateia. Meus médicos usaram todos os tratamentos possíveis, sem sucesso. Os lobos infectados acabam morrendo. — relatei. Magnos pareceu surpreso.

— Eu ouvi falar que a Lobo Selvagem havia sido dizimada, mas disseram que foi ataque de renegados. — comentou.

— Eles realmente foram atacados por renegados. Acreditamos que foi assim que se infectaram. Mas o que os exterminou foi a doença. O conselho dos lycans achou melhor manter essa informação em sigilo para evitar pânico. — expliquei.

— Eu suspeitava que havia algo mais nessa história. Mas me diga: como é possível um lobo ficar doente? E o que essa doença faz? — perguntou.

— A doença tira nossa capacidade de regeneração e cura, nos enfraquecendo e permitindo que adoeçamos. Não sei como ela nos infecta, mas tenho uma suspeita. — falei. Alfa Magnos se levantou e andou até sua companheira. Luna Amélia tinha uma expressão preocupada. Ele fez um carinho em suas costas e pareceu se acalmar com a proximidade.

— Você diz que tem uma suspeita sobre como estamos sendo infectados. Qual é? — perguntou Alfa Magnos.

— Acredito que essa doença é mágica. Que alguém a lançou sobre nós. Meus pais me aconselharam a pedir ajuda a você e à sua Luna. — comentei. Luna Amélia me olhou séria e se levantou.

— Você pode estar certo. Essa doença não é natural, Eu preciso ir até lá examinar um dos lobos infectados. — disse Amélia.

— Não mesmo. Minha companheira não irá até sua alcateia e se arriscar ser infectada. — falou Magnos, irritado.

— Querido, alguém tem que ir até lá descobrir o que está acontecendo. — disse Amélia.

— Sim, mas não você. — respondeu, possessivo, a abraçando.

— Deixem que eu cuido disso, minha neta. — Uma voz foi ouvida e uma senhora surgiu diante de nós. O cheiro de magia era forte.

— Que péssima mania de escutar a conversa dos outros. — disse Magnos, irritado.

— Relaxa, lobinho. Só estava curiosa sobre esse lobo que ousou rejeitar minha bisneta. — falou com desprezo. Era só o que me faltava. Rosnei para ela, que sorriu.

— Vovó, por favor, se comporte. Alfa Caspian, essa é minha avó, Morgana, a rainha das bruxas. Se alguém pode nos ajudar, é ela. — disse Amélia. Então essa é a rainha das bruxas? Não estou impressionado.

— Eu estou comportada. Mas que sorte a sua, Alfa, que a pessoa que pode salvá-los é justamente o bisavô da Gaia. — falou debochada.

Um pergaminho apareceu subitamente em minhas mãos. O papel estava queimando, mas não era consumido pelo fogo. Havia coordenadas no Canadá que indicavam um endereço e um nome.

— Adam? — perguntei e engoli em seco ao reconhecer o nome do lobo e líder dos bruxos do Canadá. Ele era uma lenda no mundo lycan. Conhecido como a Lenda Viva.

— Obrigado. — agradeci. E a forma da bruxa começou a se dissipar.

— Não me agradeça, não faço isso por você. Se minha bisneta descobrir isso… — falou e deixou no ar um sorriso carregado de significado. E desapareceu. Olhei para Magnos, que já segurava a porta aberta.

— Agora, some. Antes que eu mude de ideia. — disse, rude.

Olhei para Luna Amélia, acenei e passei por Magnos, saindo de seu escritório. Quando cruzei os limites do território, senti que Odin estava um pouco agitado, assim como eu. Nós sabíamos estarmos indo em direção a um destino que eu havia rejeitado há sete anos.

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