Havia escárnio na expressão de Queenie, como se ela estivesse desfrutando de um espetáculo.

Ela esperava que eu tivesse um colapso como antes, o que eu já havia feito muitas vezes no passado por causa dela.

No aniversário do nosso namoro, um telefonema dela foi suficiente para Victor me abandonar e ir correr de carro com ela.

Certa vez, fui ferida em uma emboscada e estava deitada em uma cama de hospital. Victor disse que ia lidar com o traidor por mim, mas, em vez disso, ele voou para Glorian para assistir a um desfile de moda com ela.

Eu gritei com ele de raiva e até implorei, sem um pingo de dignidade, para que ele ficasse.

Mas ele sempre tinha a mesma resposta fria para mim: — Pare com isso. Queenie e eu somos apenas irmãos.

Agora, respirei fundo para acalmar minhas emoções agitadas e me virei para sair.

Mas Victor franziu a testa e agarrou meu braço.

Havia um toque de descontentamento em seus olhos quando ele disse: — Você claramente me seguiu até aqui, mas agora está saindo sem comer nada?

— Está fazendo outra cena porque me entendeu mal sobre Queenie de novo?

— Eu já tentei te confortar e até te dei um presente. Vivienne, não abuse da minha paciência com você.

Ele raramente falava tanto comigo em uma só vez.

Não era porque ele se importava, mas porque sentia que as coisas estavam escapando do seu controle.

Mas nada disso importava mais.

— Estou aqui apenas para ver alguém. — Eu disse, me esforçando ao máximo para manter meu tom equilibrado. — Além disso, nós já terminamos. O que vocês dois fazem agora não tem nada a ver comigo.

As sobrancelhas de Queenie se ergueram. Minha reação claramente não era o que ela esperava.

— Vivienne, não diga coisas por rancor. — Ela disse lentamente, enquanto enlaçava o braço de forma vistosa em Victor. — Eu estava de mau humor hoje, então pedi para o Vic vir me fazer companhia.

— Não pense demais nisso. Embora ele e eu não sejamos parentes de sangue, somos realmente apenas família.

Queenie estava desfrutando do privilégio de uma amante enquanto se escondia atrás do título de família.

Era vergonhoso, mas não tinha mais nada a ver comigo.

Não me incomodei em me defender e apenas balancei a cabeça. Em seguida, caminhei em direção à sala particular vizinha que havia reservado para encontrar meu contato.

Mas antes que pudéssemos começar nossa discussão, vozes da sala ao lado vazaram pela fresta da porta.

Era a voz de Queenie, cheia de mágoa e queixa.

— Vic, por que você está tão ruim em acalmar as pessoas agora? Você nem consegue acalmar a Vivienne, e agora ela veio até aqui para me perturbar.

— Você nunca foi assim comigo antes. Quando eu tinha 16 anos, você me deu uma ilha particular só para me fazer feliz.

— No meu aniversário de 18 anos, eu queria tocar piano, e você convidou um músico de classe mundial para me acompanhar.

— Então, por que suas habilidades de consolo pioraram agora?

Cada palavra que ela proferia estava carregada de pretensão ostensiva.

Victor ficou em silêncio por um momento, então ele disse, birrento: — Claro, ela não pode se comparar a você.

Senti uma pontada aguda de dor no peito. Então, enfiei as unhas nas palmas das mãos, forçando minha atenção de volta ao assunto em questão.

Dediquei sete anos da minha vida a ele, apenas para receber aquela única frase em troca.

Eu me perguntei inúmeras vezes antes: "Por que o homem que um dia cuidou de mim em todos os sentidos se tornou tão frio e distante após o retorno de Queenie?"

Entendi tudo agora.

Não importa quão profundamente eu o amasse e me dedicasse a ele, eu não era Queenie.

E era hora de eu abandonar Victor de uma vez por todas.