O telefone tocou por um longo tempo até que, finalmente, foi atendido.
A voz fria e distante de Aurora ecoou pelo receptor:
- Presidente Heitor, deseja algo?
Heitor, se esforçando para parecer animado, respondeu:
- Não, apenas queria ouvir sua voz.
Aurora franziu a testa:
- O senhor acha isso interessante, Presidente Heitor? Foi o senhor quem disse que me abandonaria, e agora não consegue me deixar em paz. O que o impede de me esquecer? Se eu mudar, isso resolveria?
Sua voz era fria e ligeiramente impaciente.
Heitor fechou os olhos, sentindo uma dor aguda, e segurou firmemente os cabelos com uma mão para manter a consciência:
- Aurora, você deve ter sofrido muito naquela noite, não é verdade?
Sua voz era fraca, cada palavra interrompida por uma dor incontida.
Aurora riu de si mesma, sarcástica:
- Presidente Heitor, não há necessidade de me lembrar constantemente que estive com outra pessoa. Estou bem ciente disso e não nutro mais nenhum desejo impróprio por você.
- Aurora - Chamou Heit