Epílogo

Dois dias depois de entrar em Chernobyl, voltei para a Slavutych. Eu fugia do 26 de abril todos os anos, não gostava do ar fúnebre que a cidade tomava, dos discursos e das lamentações. Os mais velhos relembravam o passado sombrio e os mais novos ouviam as histórias com um lenço na mão. Todos iam ao memorial aos engenheiros e bombeiros que morreram por nós, rezar e deixar velas e flores.

É um momento único. Algo que precisamos fazer e que ensinamos as crianças que deve ser feito. Enquanto uma pessoa deixar uma rosa para um bombeiro em 26 de abril, significa que nossa história ainda é importante para alguém, que ainda se lembram dos que partiram, dos que sobreviveram e que há uma esperança de mudança para os que ainda estão por vir. 

Eu sei que sou apenas uma mulher com uma história triste e com genética propensa ao câncer. Sei que não vão parar para me ouvir, para perguntar como consegui chegar até aqui e carregar comigo o peso do acidente nuclear todos esse anos. Se

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