MARINA MORGAN
Sentei-me ao lado de Dante enquanto a cirurgia de Ursula prosseguia. Eu não sabia o que esperar, e o silêncio do corredor parecia esmagador. A cada minuto que passava, a angústia dentro de mim aumentava. Senti a mão dele apertar a minha, tentando passar uma força que eu mesma não sentia.
— Marina… não sei por que tudo isso está acontecendo conosco, comigo, com você. E, de alguma forma, me sinto responsável. — ele disse com a voz baixa, quase um sussurro.
Eu o encarei. Seus olhos estavam pesados de preocupação, e eu sabia que ele carregava mais culpa do que deveria.
— Eu te amo, você sabe disso, não é? — perguntei, tentando ancorá-lo em mim, no nosso amor.
Ele assentiu, mas eu conseguia sentir o tamanho do medo nele. Entrelacei meus dedos nos dele, procurando passar meu calor e minha presença.
— Não se culpe pelas ações de um louco, Dante. Isso não é culpa sua. — disse, com firmeza, forçando-o a me olhar nos olhos.
Ele hesitou antes de falar:
— Preciso ir para o Canadá.