MARINA MORGAN
Caminhei de um lado para o outro no quarto, com a mão sobre o ventre. Senti minha filha se mexer levemente e respirei fundo, tentando conter a ansiedade que me corroía por dentro.
Desde o incidente, Dante não me deixou sozinha. Transferiu o trabalho para casa, dispensou reuniões presenciais e, sempre que podia, estava aqui, cuidando de mim como se eu fosse feita de vidro.
— Olha, eu sei que é importante, mas você já pensou no que vai acontecer com ele quando descobrir? — perguntei, mordendo o lábio.
— Marina, você sabe que não tem como adiar isso para sempre — disse Úrsula do outro lado da linha. A voz da minha irmã soava cansada. — Pense no que é importante para você.
— Eu sei, Úrsula… eu sei que você é minha família, mas você já pensou o mesmo de mim? — Ela ficou em silêncio por um momento, e senti as lágrimas arderem nos meus olhos. — Você sabe que eu o amo mais do que tudo — continuei. — Farei o que for preciso para garantir que ele esteja seguro.
Úrsu