Madelaine
Desço do ônibus e aguardo o motorista tirar minhas duas malas do bagageiro com a cara de quem comeu e odiou, aparentemente ele não está nem um pouco satisfeito com o seu trabalho. E eu nem posso julgá-lo.
Noto que as malas estão cobertas de poeira.
Agradeço ao homem e ouço ele resmungar sobre o tamanho e o peso das minhas malas.
É triste saber que tudo que você tem cabe dentro de duas malas.
Não, eu não vou lamentar. O karma vai fazer todos os fios de cabelo de Alvim cair, e aquele pau fino nunca mais vai subir.
Essa cidade, essa rodoviária, meu Deus, é o ápice do fim do mundo. Os bancos estão meio caídos, a pintura está descascada, não vejo se quer uma bilheteria ou um balcão de informações.
Mas é claro que não vai ter algo assim aqui, estou em um buraco.
Olho para os lados, tentando encontrar um ponto de táxi, mas já sei que isso é pedir demais. Um ponto de táxi? Aqui? Se tiver sorte, posso achar uma carroça estacionada. Nem sinal de vida.
Decido me aproximar da ú