Quando Fred parou o carro na frente da entrada da casa de Flávia, o olhei, incerta de como me despedir. Afinal, tinha sido só uma noite. Não estávamos tendo um relacionamento. Ao menos... eu tentaria, desesperadamente, evitar.

Eu não queria me machucar de novo, embora, no meu íntimo, soubesse que já estava envolvida demais para não sofrer com o que poderia acontecer em seguida.

Na minha história nunca houve príncipe. Ou melhor, ele existiu. Mas não me procurou depois que deixei para trás minha dignidade. Aliás, não adiantava ele procurar, pois dignidade era algo que não cabia em qualquer pessoa para medir.

Antes que eu abrisse a porta do carro, ainda atordoada, ele estava ali, fazendo aquela gentileza para mim. Se não fosse a dor que eu ainda carregava do passado, teria admitido que a noite foi perfeita... mil vezes melhor que a do ônibus.