O corredor estava silencioso, exceto pelo som discreto dos passos de Laura. Ela caminhava devagar, levando Rafael até o quarto de hóspedes onde Isadora estava hospedada. Desde cedo ele tinha aparecido, com o rosto cansado, os olhos avermelhados, denunciando que não havia pregado o olho durante a noite inteira.
Laura o observava de soslaio. Rafael sempre fora um homem de postura imponente, dono de uma confiança que intimidava qualquer um, mas agora havia algo de diferente nele: a vulnerabilidade. O orgulho ainda estava lá, sim, estampado em cada linha de sua expressão, mas por baixo havia dor. Uma dor que transbordava mesmo quando ele tentava disfarçar.
— Rafael… — Laura quebrou o silêncio, hesitante. — Eu não sei se esse é o melhor momento.
Ele respirou fundo, passando a mão pelo cabelo como se tentasse afastar o cansaço.
— Não me importa se é o melhor ou não, Laura. Eu só preciso vê-la. Preciso tentar.
Laura suspirou. Abriu espaço para que ele passasse e apontou a porta do quarto.
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