Os dias foram passando. Um mês se passou após o acidente, e Jack passou a andar com muletas. No decorrer dos dias, recebemos mais uma vez a visita da assistente social e David foi ouvido por uma psicóloga.
Conforme a data da audiência se aproximava, fui ficando cada vez mais nervosa e ansiosa. Devido a isso, passei a ter dificuldade para dormir, e beliscar alimentos durante a madrugada se tornou rotina. Notei as consequências desse hábito na balança e comecei a me preocupar, pois o ganho de peso na gestação vinha sendo maior do que o ideal. Até que, certa madrugada, Jack me pegou no flagra, enquanto eu comia um bolo na cozinha.
— Desde quando está acordada?
— Faz um tempinho, me deu fome… — Falei, temendo um julgamento, ou quem sabe um sermão, mas Jack sorriu e se aproximou.
— Está se sentindo bem?
— Sim… Só estou muito ansiosa, acabei perdendo o sono.
— Hum. Quer conversar? Se tiver um pedacinho de bolo para mim também, sou todo ouvidos.
Sorri e passei para ele uma colher.
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