Daphne
Dirigi de volta para casa no automático. O trânsito tranquilo me permitiu estar ali, mas a mente em outro lugar. Minha visão ficava embasada em alguns pontos, devido às lágrimas insistirem em cair. Eu odiava me depreciar, mas eu não tinha sorte no amor. Todos os homens que eu conhecia e me apaixonei não haviam sido feitos para mim.
Estranhamente, Evangelina estava na porta me esperando. Levei um susto quando a vi parada na entrada com um copo de café na mão e os olhos com enormes olheiras. Olhei no relógio, não era tão tarde, mas ela parecia não ter dormido há muitas noites.
— Por que demorou tanto para chegar em casa? – ela me indagou, colocando seu pequeno corpo na minha frente, me impedindo de prosseguir – sei que o trânsito é um caos, mas já vai dar onze horas da noite. Fiquei preocupada, Daphne.
Às vezes eu me esquecia de que poderia haver alguém que se preocuparia comigo de verdade.
— Sinto muito não ter avisado – eu me arrastei, afastando-a para o lado e passando –