JÚLIA
Desde que comecei a notar aquele carro estranho nos seguindo, um aperto no peito não me deixava em paz. Primeiro, achei que era paranoia. Talvez um carro qualquer indo na mesma direção que o nosso, coincidência. Mas não era só coincidência.
Era sempre o mesmo carro.
Preto, vidros escuros, sem nada de especial, mas sempre mantendo uma distância calculada. E hoje, quando entramos no carro para buscar Thiago no colégio, ele apareceu de novo.
A diferença é que dessa vez eu tive certeza.
O segurança, Mateus, dirigia com atenção, mas parecia não notar nada de estranho. Eu olhei pelo retrovisor e senti um arrepio na espinha.
— Mateus, aquele carro atrás da gente... Você já viu ele antes? — perguntei, tentando não soar assustada.
Ele olhou rapidamente pelo retrovisor e franziu o cenho.
— Que carro?
— A SUV preta. Ele sempre está por per