45. Os Klaus
Eu sorvia mentalmente cada lembrança, revivendo o calor do toque dele, o beijo que havia deixado minhas pernas trêmulas e o modo como ele parecia capaz de combinar autoridade e cuidado em uma única presença. O carro, agora estacionado em minha garagem, não era apenas um veículo; era um lembrete concreto da atenção que ele dedicava a mim, da liberdade que queria me proporcionar e da forma silenciosa com que demonstrava sentimentos sem precisar dizer demais.
Suspirei, deixando que um sorriso se formasse sem perceber. Mesmo em meio à rotina do escritório, era impossível não sentir o calor de cada gesto dele, como se cada detalhe do dia anterior ainda estivesse tocando minha pele. Passei os dedos sobre a superfície lisa da mesa, imaginando a sensação do couro do carro, a firmeza das mãos dele e o perfume sutil que permanecia em minha memória.
A fome silenciosa que eu nem lembrava de sentir me fez perceber que já passara a manhã inteira pensando em Kairos e nos presentes dele. Levantei-