— Anna! – Ícaro me chama.
Ignoro sua voz e continuo andando em direção à casa. Escuto seus passos se aproximarem e, em seguida, sou puxada pelo braço.
— Me solta! – Grito irritada, debatendo-me.
— Você não fala comigo há dois dias! – Seus olhos tremem. – Você tem me evitado por causa desse idiota do seu ex. Sério mesmo que vai deixar isso acabar com o que temos?
O desespero em seu rosto parece verdadeiro; sinto meu coração se apertar ao saber que eu sou a causadora disso.
— Você preferiu acreditar em uma mentira dele do que em mim. Você me conhece a vida inteira; deveria saber que eu nunca faria isso com uma vida. – Minha voz sai embargada.
Os olhos de Ícaro ficam marejados, e seus lábios tremem.
— Anna… eu… – Ele gagueja. – Por favor, me perdoa.
— Como pode duvidar de mim? Dói muito saber que você acreditou em Otto; preferiu pensar que aquele canalha tinha razão e ficar me enchendo de perguntas absurdas. – Ri com desgosto. – Você disse que nunca iria me machucar, olha só nós dois agor