Quando Walter chegou, Solange estava sentada no sofá, olhando para o vazio.
Ao ouvir passos, ela ergueu o olhar em direção à porta. Seus olhos estavam vermelhos, com uma expressão de desamparo e medo, como um coelho assustado.
— Tio Walter, você veio.
Walter se aproximou dela e disse em um tom sério:
— Você está machucada?
Solange balançou a cabeça:
— Estou bem... Eu e Nanda estávamos no bar, não estávamos em casa... Quando voltamos, estava assim...
Walter franziu as sobrancelhas.
— Chamou a polícia?
— Sim, chamei. Eles devem chegar em breve.
— Certo, não dá para você continuar morando aqui. Vou pedir para o Igor encontrar um novo apartamento para você.
— E esses dias... Posso ficar na sua casa?
No instante em que ela terminou de falar, a sala inteira ficou em silêncio, tão silenciosa que era possível ouvir a respiração de ambos.
Os olhos de Walter se estreitaram perigosamente, e ele pronunciou, palavra por palavra:
— Você sabe o que está dizendo?
Seu olhar direto parecia penetrar tu