Algumas horas depois
Pov da Maju Bom o domingo passou bem rápido até porque fiquei no meu quarto o domingo todo, e hoje já é minha formatura. Eu não tô nem um pouco animada, mas vou fazer de tudo pra ser um ótimo dia. Tomei meu banho, fiquei meia hora lá, voltei a me cortar, eu já não tava aguentando tanta tristeza no meu coração, por terem falado aquelas barbaridades de mim. Tô muito triste, fiquei meia hora chorando e me cortando. Depois saí do banho e vesti um vestido longo dourado com uma abertura do lado direito da minha perna e um pequeno decote nos meus seios. Depois de pronta, desci onde minha mãe tava. — Você tá linda, minha filha — disse carla emocionada. — Obrigada, mamãe. A senhora também — digo sorrindo. — Vamos — disse ela, descendo as escadas. — Vamos — digo descendo as escadas. — Tá linda, filha — disse meu pai, olhando para mim. — Obrigada, papai — disse eu, olhando para ele. — E você também, amor. Tá linda — disse ele, olhando para minha mãe. — Obrigada, vida. Você também estava lindo — disse minha mãe, olhando para ele. — Vamos — digo olhando para eles. — Vamos — disseram eles. Saímos de casa e pegamos um Uber até o local da formatura. Era um pouco longe, mas tudo bem. No caminho, a gente foi conversando até parecíamos uma família de verdade, não aquela família antiga que só brigava, mas sim uma família unida. Eu tava gostando demais dessa nova família e desse novo pai. Minha mãe, eu não mudaria nadinha, pois ela é a única que esteve comigo nos meus momentos mais difíceis. Chegando lá no local da formatura: — Olá, senhora Maju — disse a professora, olhando para mim. — Olá, professora — disse eu, olhando para ela. Meu pai e minha mãe foram se juntar aos outros pais, e eu fiquei ali olhando as pessoas da minha sala chegarem, até que meus ex-amigos chegaram. — Olha se não é a falsa — disse Mah com nojo. — Nojenta — disse Bia, rindo dela. — Vem, Maju, fazer a fila — disse a professora, olhando para mim. — Ah, tô indo — digo triste, indo me juntar à fila. — Tá feia, hein — disse Ana, rindo. — Olha se não é a x9 — disse Red, olhando para mim. — A x9 tá mó feia — disse MT, olhando para mim. — Nem era para se formar — disse Lk, olhando para mim. — Tenho que ir — digo saindo com lágrima nos olhos. Saí dali com lágrimas nos olhos, eu tava muito triste. Como eles podem fazer isso comigo? Depois de alguns minutos, a formatura começou. A professora estava chamando os alunos para fazer o discurso e receber o diploma. Eu era a última. Todos fizeram discursos, depois de pegar o diploma, se sentavam do lado direito; os pais, do lado esquerdo; e os convidados, do mesmo lado dos pais. Quando a professora chamou meu nome: — Bom, e por último, a melhor aluna da turma, Maju — disse a professora. Todos aplaudiram. — Obrigada, professora — digo olhando para ela. — Falsa x9 — disse Mah, rindo. — Hora do discurso, fiquem todos quietos, por favor — disse a professora, olhando para mim. — Bom, hoje era para ser um dia muito especial para mim, pois é minha formatura… mas eu não estou feliz. Pelo contrário, eu estou muito triste. Eu queria estar feliz para mostrar para minha mãe o quanto eu sou forte, mas eu não consigo. Eu prometi para mim mesma que hoje só sorriria, mas menti para mim mesma porque quando coloquei os pés nesse lugar e vi meus amigos, quer dizer, meus ex-amigos, eu fiquei muito triste. Eles começaram a falar coisas horríveis para mim, mas não quero citar. Olhando para mim, vocês devem achar que sou perfeita, inteligente, feliz, mas eu não sou nada disso. Eu sou totalmente triste. Eu choro todas as noites, me corto todas as noites, pensando sempre em desistir, mas não consigo porque penso na minha mãe, no meu irmão ou irmã que vai nascer e no meu pai. Por mais triste que eu esteja, eu queria muito ser feliz. Eu juro que tento não me importar com o que os outros falam de mim, mas é difícil. É difícil ser vista como a esquisita da escola, é difícil ouvir pessoas que você ama te chamarem de x9 só porque você tem um coração bom e é humilde. Mas você não é a x9, eles não enxergam isso, te julgam, colocam a culpa de tudo em você, coisas que você não seria capaz de fazer. Vocês têm noção do que é levantar da cama todos os dias e se sentir insuficiente? Pois é isso que eu sinto. Todos os dias só me levantar, sinto que não tem motivos para estar aqui. É como se eu estivesse vivendo a vida de outra pessoa, porque, sinceramente, eu não queria estar aqui, eu nem me sinto viva. Às vezes, eu só queria que tivesse um botão onde eu apertasse e sumisse para sempre. Talvez assim minha mãe seria mais feliz, meu pai não brigaria tanto com minha mãe, meus amigos seriam felizes de novo, mas não. Eu tô aqui viva, e tenho que fingir estar feliz todos os dias. Isso é difícil e cansa muito, mas me esforço todos os dias para ser alguém melhor. E eu queria muito que vocês entendessem que é horrível ser taxada de coisas que você não é. Desculpa estar falando isso aqui, eu sei que não é o momento e nem o lugar, mas eu não tinha nenhum discurso pronto para esse momento. Eu sinceramente precisava muito falar isso com vocês porque não tô aguentando mais. Vai chegar uma hora que realmente vou desistir de tudo e pôr um fim. É isso, obrigada pela atenção — digo chorando. — Filha, meu amor, eu não sabia que você passava por tudo isso — disse minha mãe, chorando e me abraçando. — Filha, não fica triste, estamos com você agora — disse meu pai, fingindo se preocupar. — Tudo mentira dessa falsa, a Globo tá perdendo uma ótima atriz — disse Bia, batendo palma no final. — E coloca falsa nisso — disse Mah, olhando para mim com nojo. — Por um breve momento, eu pensei mesmo que você não era a x9, mas aí lembrei que você é uma ótima atriz. Você não tem vergonha, não? — disse MT, com nojo. — X9, você é muito falsa, garota. Odiamos você — disse Lk, olhando para mim. — Vai embora do meu morro agora, sua falsa, antes que eu pipoco você todinha — disse Red, com nojo. — Tô indo — digo saindo correndo e chorando. — Filha — disse minha mãe, indo atrás de mim. — Deixa que eu vou, amor — disse meu pai, correndo atrás de mim. — Olha, vocês realmente se mostraram outras pessoas hoje. Como podem acusar minha filha de x9? Ela é uma menina tão boa, tem um coração de ouro. Eu via ela todos os dias triste em seu quarto, mas quando conheceu vocês ela ficou diferente, ficou feliz, ela saía mais e agora tá destruída por dentro de novo por pessoas que ela e eu confiávamos muito. Eu nunca imaginei que ela se cortava, porque ela nunca me contava nada desse tipo. Fico imaginando como vocês podem achar tal coisa dela. Depois de tudo que passaram juntos, vocês realmente não conhecem nem um terço da minha filha, e nem se deram ao trabalho de saber a verdade. Já tiraram suas próprias conclusões. Depois de tudo que passaram com ela… realmente esperava mais de vocês, principalmente de vocês, meninas. Não conseguindo acreditar até agora que estão acreditando nisso, mas não precisa se preocupar. A gente tá indo para bem longe e para nunca mais voltar. Espero que um dia vocês se arrependam do que fizeram com minha filha, mas quando esse dia chegar, vai ser tarde e vocês vão perceber a amizade que perderam, por culparem ela de algo que ela seria incapaz de fazer — disse minha mãe, saindo correndo. Pov da Maju Como podem falar tudo aquilo para mim? Saí correndo e fui parar em um lugar que nem eu sabia onde era. Corri, sentei um pouco no chão e chorei. Chorei muito, fiquei pensando novamente em cada palavra que saiu da boca deles. Depois de meia hora, voltei chorando para casa. Chegando lá, minha mãe estava sentada no sofá, preocupada. — Filha, você está bem? Conta pra mamãe — disse minha mãe, me abraçando. — Eu queria tanto estar bem, mamãe, mas tudo que eles falaram realmente me destruiu. Pensei que fossem meus amigos, mas eles não eram amigos de verdade. Amigos de verdade confiam uns nos outros independente da situação. Mamãe, eu não entendo por que tudo isso tinha que acontecer comigo. O que eu fiz para ser tão infeliz assim? — digo chorando. Minha mãe não falou nada, só me abraçou com força, depois me levou para meu quarto, me deu um banho e se deitou na cama comigo. — Deita aqui, querida. Escuta aqui, filha: você é a melhor menina do mundo. Tem um coração de ouro, não importa o que digam sobre você. O importante é que você saiba o tamanho do seu coração e o quão incrível você é. Amanhã a gente vai embora e isso tudo vai acabar — disse minha mãe, me acalmando. Depois que ela me acalmou, contei um pouquinho para ela e dormi. No outro dia Pov da Carla Acordei, tomei banho e desci. Hoje a gente vai mudar para a casa da minha mãe, perto da praia. Não vou levar nada dessa casa, porque ainda sonho em um dia voltar a morar aqui. Na outra casa, já tinham os móveis. Preparei o café da manhã: pão de queijo, torrada e suco de laranja natural. Vi minha filha e Hugo descendo. — Bom dia, filha. Bom dia, amor — digo olhando para eles. — Tomem o café para a gente ir embora. — Bom dia, mamãe. Bom dia, pai — disse Maju tomando café. — Bom dia, filha. Bom dia, vida — disse meu pai, tomando café. Depois de tomarmos café, arrumamos as coisas. O caminhão chegou, um pequeno, pois só íamos levar roupas e algumas coisas. Chegando na casa nova, ela era bem linda e grande. Gostei bastante. Tinha uns quatro quartos, cinco banheiros, área de piscina e churrasqueira, sala e cozinha bem grandes. Tinha também uma sala de jantar. — Gostaram? — disse minha mãe, olhando para nós. — Amei, mamãe. As coisas são todas novas? — digo olhando para ela. — Sim, eu vim aqui sábado à tarde com algumas pessoas e reformei todos os móveis para a gente poder morar aqui — disse ela, olhando para nós. — Vamos no hospital comigo? — Vamos sim, mãe — digo saindo. Chegando no hospital: — Oi, dona Carla? Vamos — disse a médica, olhando para ela. — Vamos sim — disse minha mãe. — Posso ir também? — digo olhando para ela. — Pode sim — disse a médica, olhando para mim. Fomos até o consultório dela. — E aí, doutora, é menina ou menino? — disse minha mãe, olhando para ela. — É um grande meninão e bem saudável por sinal. Já tem um nome? — disse a médica, olhando para ela. — Claro, vai ser Henrique — disse minha mãe, olhando para ela. — Bom, sua próxima consulta é daqui três semanas, ok? — disse a médica, e elas saíram. — Ok, doutora. Vamos, filha — disse minha mãe, saindo. Com Red Eu não fui para a boca hoje porque estava com a Maju na cabeça. Eu estava muito decepcionado com ela. Comecei a gostar dela, mas ela tinha que ser a x9. Eu nunca vou perdoar ela por isso. — Mãe, você sabia que a x9 era a Maju? Ela que tava dando nossas informações pro Cobra. Nem acredito que confiei nela — digo olhando para ela. — Sim, aquela falsa — disse Mari, olhando para ela. — Eu acho que não é ela. Ela é uma menina de bom coração, nunca seria capaz de fazer isso com vocês. Olhem o que estão dizendo, depois não se arrependam — disse minha mãe, olhando para eles. — Mas é ela, mãe. Eu nunca vou perdoar aquela falsa. Pensar que estava começando a gostar daquela feiticeira — digo olhando para ela. — Não fala assim dela, filho. Tenho certeza que não foi ela — disse minha mãe, olhando para ele. — É ela sim, mãe. A gente viu a foto. Ela estava conversando com o dono do morro rival. Como ela pode ter feito aquilo? Eu odeio ela — disse Mari, olhando para minha mãe. — Vocês deveriam pensar um pouco, porque pelo que eu vi, aquela menina gostava muito de vocês. Vão perder uma amizade e tanto por orgulho, por não quererem procurar saber a verdade. E se de fato foi ela, uma foto não prova nada. Se ela estivesse ajudando mesmo o cara, ele pode ter se aproveitado da inocência dela. Ela não sabia nem quem era o dono do morro rival. Pelo que sei, ela nem sabia. Vocês vão perder uma amizade e tanto — disse minha mãe, indo para meu quarto. Com Lk — Mãe, a x9 é a Maju — digo olhando para ela. — Sim, aquela falsa — disse Bia, olhando para ela. — Como vocês podem ter tanta certeza que foi ela? — disse minha mãe, olhando para eles. — A gente viu na foto — digo olhando para ela. — Mais uma foto não prova nada. Qualquer um pode ter tirado enquanto a menina estava passando, pelo cara ou até mesmo ajudando ele. Ela não sabe nem quem é o dono do morro rival. Vocês já são grandes o suficiente para diferenciar as coisas. E outra, vão perder uma amizade muito importante — disse minha mãe, indo para meu quarto. Com MT — A x9 é a Maju — digo olhando para ele. — A filha da Carla? Não, não é ela — disse meu pai, olhando para ele. — Sim, é. Ela tava falando com o dono do morro rival e o P4 tirou uma foto — digo olhando para ele. — É a gravação dela falando? Porque uma foto não prova nada. Além do mais, a Maju é uma menina de ouro — disse meu pai, olhando para ele. — Pai, ela é a x9 — digo olhando para ele. — Depois não vem me falar que perdeu amizade, não. Estou te avisando: uma foto não prova nada. Você tem que procurar a verdade, senão vai perder a amizade dela — disse meu pai, indo para meu quarto. Com Maju Até que a casa não era tão ruim. Era boa e confortável. Eu estava no médico com minha mãe. Ela estava muito feliz por ser um menino. Eu também estava feliz. Minha mãe foi falar com meu pai. — Moh, é um menininho — disse minha mãe, feliz. — Que maravilha! O Henrique tá vindo aí — disse meu pai, fingindo estar feliz. — Sim, vida — disse minha mãe, olhando para ele. — Que dia vai nascer? — disse meu pai, olhando para ela. — Calma, pai, ainda faltam quatro meses — digo olhando para ele. — Tudo isso? — disse ele, olhando para ela. — Sim, pai — digo rindo. — Mais ele vai vir saudável — disse minha mãe, olhando para ele. — Sim, mamãe — digo olhando para ela. — Posso dar uma volta, mamãe? — disse eu, olhando para ela. — Pode sim, querida — disse minha mãe, olhando para mim. — Claro, filha — disse meu pai, olhando para mim. — Tô indo, mamãe. Tchau — digo olhando para ela. — Tchau, meu anjo. Volta cedo — disse ela. Fui andando para conhecer melhor o local. Era um lugar bem longe do morro, bem moderno. Queria ir para a praia, uma bem pertinho daqui. Chegando na praia, vi uma menina e me sentei perto dela. — Oi — digo olhando para ela. — Oi, me chamo Daniela, mas pode me chamar de Dani. E você? — disse ela, olhando para mim. — Eu me chamo Maju, mas pode me chamar de Maju — disse eu, olhando para ela. — Me conta um pouco de você — digo olhando para ela. — Bom, não tenho muito o que dizer de mim. Tenho 18 anos, sou lésbica, namoro uma menina chamada Clara e moro com ela há dois anos. Minha mãe me mandou embora quando descobriu que era lésbica. Moramos em uma casa pequena. Faço faculdade de medicina, quero ser médica geral. Clara faz faculdade de educação física. A gente namora há três anos, mas começou a morar juntas há dois anos. Amo muito ela. Estamos querendo adotar uma menininha. Agora me fala um pouco sobre você — disse Dani, olhando para mim. — Bom, eu não morava aqui, mas agora moro. Morava no morro do Alemão, mas fui expulsa pelo dono. Ele me chamou de x9. Eu era melhor amiga dele e também tinha outros amigos: MT, Lk, Mari, Bia, e Red, que era dono de lá. Um vapor tirou uma foto minha conversando com o dono do morro adversário, mas eu não o conhecia. Ele me pediu uma informação, e eu dei porque tenho um bom coração. Então começaram a me acusar de x9, falaram coisas horríveis pra mim. No dia da minha formatura, que era para ser um dia feliz, eu não estava feliz. Chegou a minha vez do discurso, falei tudo: que nunca seria capaz de magoar eles, que nunca seria capaz de passar informações. Mas eles não acreditaram e continuaram me chamando de x9. Tenho depressão há cerca de 10 anos. Me corto, mas não penso em suicídio porque amo minha mãe e não quero que ela sofra. Sim, talvez isso mude com o tempo, mas penso na minha mãe, no meu irmão e no meu pai, e eu não seria capaz de tirar minha vida e deixar minha família triste. Sou egoísta com eles. Não tenho amigos, sinto que agora estou sozinha. Tenho minha mãe, mas não me sinto confortável em falar todos os meus problemas pra ela. Às vezes, é bom ter um ombro amigo. Claro que conto tudo pra minha mãe, mas muitas vezes não, porque é coisa de adolescente, coisas bobas que seriam para falar com amigas. Não me sinto confortável em falar pra ela. Estou triste até hoje pelo que eles me disseram. Me chamaram de falsa, feia, ridícula, me deram t***s que eu não merecia, mas tudo bem. Eles vão descobrir a verdade alguma hora. Se vou perdoar, já não sei. Essa é minha história um pouco triste, eu sei — digo com lágrimas nos olhos. — Não, não chore por eles. Sabe, agora você tem a mim. Nunca vou te abandonar, nunca vou te julgar pelos seus problemas. Sempre vou procurar te entender. O que eles fizeram não é humano, não foi certo. Mas a verdade vai vir cedo ou tarde e eles vão se arrepender. Você é uma menina legal, meiga, inteligente. Não merece ser tratada como lixo. Pode contar comigo a partir de hoje. Vai prometer que nunca mais vai se cortar? Sei que não é fácil, mas também já tive depressão. Me cortava todos os dias, mas Clara me tirou da depressão, e hoje sou grata por tudo. Vou te ajudar a sair dessa. A partir de hoje, somos BFF forever — disse Dani, me abraçando. — Isso não posso prometer, mas vou tentar por você e pela minha família. Obrigada por me entender e não me julgar. Mesmo não te conhecendo direito, já te considero uma irmã. Obrigada de verdade — digo abraçando ela. — De nada, amiga. Sorvete ou açaí? Eu amo açaí. Qual você quer em biscate? — disse Dani, mudando de assunto e puxando-me até a sorveteria. — Você é louca, kkk. Também vou querer açaí com Nutella — digo olhando para ela. — Olha se não é a falsa da Maju — disse Bia, olhando para mim. — Se eu fosse você, menina, eu não andava com ela, ela é falsa e pode te apunhalar pelas costas — disse Mari, olhando para mim. — Não, a única falsa aqui são vocês. Vocês são ridículas, não sei como a Maju pode ser amiga de vocês, a única falsa aqui é vocês. Ficam julgando ela sem saber a verdade, mas uma hora a verdade aparece e já vai ser tarde demais, ok? Porque vocês estão perdendo uma amizade incrível. Eu conhecia ela hoje, sim, eu sei, mas posso ter certeza que ela não é uma x9 e muito menos falsa, porque pelo que ela me contou vocês foram as melhores amigas dela. Vocês foram o motivo dela não ter desistido, além dos pais, é claro, vocês sempre estavam com ela, e hoje a julgam sem saber a verdade. Vocês não são amigas de verdade dela, são falsas, isso sim. Não sei como vocês poderão, mas não se preocupem, porque quando vocês descobrirem a verdade não adianta ficarem choramingando, ok? Porque amigas de verdade vocês não são. E vê se procuram saber a verdade antes de tirar suas próprias conclusões. Uma foto? O que uma foto prova? Me poupe, né? Então significa que se eu tirar uma foto sua de frente para algum menino você vai estar beijando ele? Prestem atenção, garotas, se coloquem no lugar de vocês. Antes de saírem julgando as pessoas, procurem saber a verdade, suas falsas. Vamos, Maju — disse Dani, puxando-me. — Vamos — digo indo atrás dela. — Vamos, Maju, porque eu não suporto ficar olhando para a cara dessas falsas — disse Dani, puxando-me para fora. — Mari, você acha que ela tem razão? Porque eu acho que a gente está sendo muito escrotas com a Maju. A gente nem sabe o que ela estava fazendo naquela foto, porque ela tem um coração tão bom, que ela pode estar falando a verdade. Se ela estiver falando a verdade, a gente vai perder uma amizade incrível. Eu não vou conseguir me perdoar por tudo que eu falei para ela se essa foto for mentira — disse Bia, olhando para Mari com algumas lágrimas nos olhos. — Tem razão. Se essa foto for falsa, eu também não vou me perdoar. Dei um tapa nela sem saber a verdade. Se o que aquela menina falou for verdade, a gente é péssimas amigas. Vamos tentar descobrir a verdade, e quando descobrirmos e aquela foto for mentira, vamos nos desculpar antes que seja tarde demais, porque eu não quero perder a amizade da Maju — disse Mari, com algumas lágrimas nos olhos. Depois da Dani ter falado tudo aquilo para as meninas, resolvemos ir para minha casa. Fomos o caminho todo conversando. A Dani realmente é uma amiga maravilhosa, falou coisas que me emocionaram. Ela nem me conhece direito, mas parecia que me conhecia há muito tempo. Fomos para minha casa porque eu queria apresentá-la aos meus pais. — Mamãe, papai, essa é a Dani, minha nova amiga — digo apresentando-a. — Oi, prazer, Dani — disse minha mãe, cumprimentando ela. — Oi, Dani — disse meu pai, cumprimentando ela. — Prazer, senhor e senhora — disse Dani, olhando para eles. — Senhora é sua avó, pode me chamar de tia — disse minha mãe, fazendo ela rir. — Pode me chamar de Hugo — disse meu pai, olhando para ela. — Liga não, minha mãe é doida — digo rindo. — Percebi e já gostei dela — disse Dani, rindo. — Eu também gostei muito de você — disse minha mãe, olhando para ela. — Vou na casa da minha mãe, tchau, vida. Tchau, meninas — disse meu pai, mentindo, e saiu. — Tchau, vida — disse minha mãe, olhando para ele. — Tchau, pai — digo olhando para ele. — Tchau, Hugo — disse Dani, olhando para ele. — Fui — disse meu pai, saindo. — Bom, vou ver minha novela — disse minha mãe, indo para a sala. — Tia, a Maju pode ir em um bar comigo? Queria apresentá-la para minha namorada — disse Dani, olhando para minha mãe. — Se ela quiser ir, claro — disse minha mãe, sorrindo. — Quero sim — digo olhando para ela. — Então pode — disse minha mãe, olhando para nós. — Ela pode dormir lá em casa também — disse Dani, olhando para minha mãe. — Claro que pode, menina — disse minha mãe, voltando a prestar atenção na novela. — Bora se arrumar, né, gata? — disse Dani, olhando para mim. — Bora — digo subindo com ela. — SONSA! ESSE CORNO TÁ TE TRAINDO, SAI DAÍ, FILHA DA PESTE — gritou minha mãe, olhando para a novela. Pov da Dani Eu e a Maju fomos para o quarto dela. Tomei meu banho primeiro enquanto ela arrumava as coisas. Depois ela tomou banho. Nós duas nos arrumamos. Eu coloquei um vestido azul, não muito curto e não muito longo, tamanho proporcional, e um tênis, porque odeio usar salto. A Maju colocou uma calça jeans um pouco rasgada de cintura alta e uma blusa de frio rosa da Adidas, e ficou de cabelo solto. Depois descemos. — E aí, tia, tô gata ou não tô? — disse Dani, descendo as escadas. — Tá linda, amiga — digo rindo. — Você também tá um xuxuzinho — disse Dani, rindo. — Boba — digo rindo. — Tão lindas, meninas — disse minha mãe, olhando para nós. — RODRIGO, SAI DAÍ, HOMEM! ELE VAI TE MATAR — gritou igual uma doida. — Mãe, que isso? — digo, rindo. — ESSA PESTE DO RONIER QUER MATAR MEU RODRIGO — disse minha mãe, olhando para nós. — NÃO ACREDITO QUE O RONIER QUER MATAR MEU BB — disse Dani, olhando para ela. — Pois acredite, eu vou dar uma panelada nesse Ronier — disse minha mãe, olhando para ela. — Me chama que eu te ajudo — disse Dani, olhando para ela. — Vamos, Dani — digo olhando para ela. — Vamos, tchau, tia, e me conta a novela depois — disse Dani, olhando para minha mãe. — Com certeza te conto, tchau, meninas — disse minha mãe, olhando para a novela. — Tchau — digo saindo. — Vamos — disse Dani, olhando para mim. — NÃO DESGRAÇADO! NÃO ATIRO NO MEU RODRIGO — gritou minha mãe, olhando para a novela. — O QUÊ? QUE MERDA! EU VOU MATAR AQUELE FILHO DA PUTA — disse Dani, brava. — Vamos, Dani, sua namorada deve estar nos esperando — digo rindo. — Vão lá, depois te conto o que aconteceu — disse minha mãe, olhando para nós. — Conta mesmo — disse Dani, saindo. — Vamos, apê ou de Uber? — digo olhando para ela. — Apê, que tal? — disse Dani, olhando para mim. — Então bora — digo andando, e ela pulou em mim. Pov da Maju Fomos para o apê porque não era muito longe. No caminho, conversamos o tempo todo. Ela é bem engraçada, e eu estou me dando super bem com a Dani. Ela sim é uma amigona. Depois de 10 minutos, chegamos lá. Chegando no bar: