O avô de Sílvia não estava se sentindo bem.
Ele olhava para ela com os olhos semiabertos e demorou um bom tempo até conseguir montar uma segunda frase.
O diretor, que observava a cena à distância, sussurrou para Sílvia:
- Desde que seu avô acordou, tem chamado seu nome incessantemente.
Sílvia ajeitou o cobertor sobre o avô e falou com doçura:
- Descanse agora, amanhã poderemos conversar sobre tudo.
Contudo, o avô segurou sua mão com firmeza, se recusando a soltá-la.
Lágrimas emergiram dos cantos de seus olhos enquanto ele, se esforçando para sorrir, disse:
- Sílvia, você enfrentou muitas injustiças.
Sua voz era lenta, cada palavra um esforço para clareza.
Sílvia permaneceu em silêncio, incerta sobre o que dizer.
A mão do avô, ainda conectada ao soro, tentou alcançar a cabeça de Sílvia, mas, sem forças, caiu antes de completar o gesto.
Já era onze da noite e os corredores do hospital estavam quietos e vazios.
Sílvia permaneceu um momento no corredor antes de deixar o setor de interna