Marcos acordou antes que Sílvia entregasse as coisas para ela.
A voz dele ficou profunda: - Resolvido?
- Sim, ele admirou que foi totalmente responsável e entrou em contato com a empresa de seguros. - Sílvia foi direto até Marcos e desatarraxou a tampa da garrafa de água que tinha na mão antes de entregá-la a ele.
A voz dela era mais leve e suave do que o normal. - Também entrei em contato com o responsável pelo jantar e levarei você de volta mais tarde.
Ela era atenciosa e meticulosa.
Marcos sentou ali e bebeu água, seu nó-de-adão rolando.
A atmosfera entre os dois era tão harmoniosa que parecia haver uma barreira ao seu redor.
Juliana ficou em silêncio por um tempo, depois deu um passo à frente quando Marcos terminou de beber água.
Ela abaixou a cabeça, disse em uma voz culpada e misturada com emoções indistinguíveis: - Pr. Correia, sinto muito, se não fosse por mim, você não se machucasse.
Marcos deixou a garrafa de água de lado casualmente e acenou para ela, - Vem cá.
Juliana hesitou por um momento antes de se sentar ao lado dele.
Marcos colocou a mão machucada na frente dela e disse em tom gentil: -Está com medo?
Juliana não falou, mas abaixou a cabeça.
Marcos riu baixinho, depois usou a outra mão para levantar a cabeça dela, dizendo: - Não tenho medo, do que você tem medo?
Juliana olhou para ele com raiva envergonhada e depois murmurou: - Tenho medo que você sinta dor.
A voz dela era muito baixa, mas Sílvia ouviu com clareza.
Ela baixou os olhos e olhou para a garrafa de água que Marcos havia deixado casualmente e agora estava prestes a cair no chão.
- Quem são os familiares de Marcos? - Uma enfermeira do pronto-socorro veio com um filme, olhou para algumas pessoas e seu olhar pousou por um segundo em Sílvia, e entregou o filme diretamente para ela.
- Este é um filme do osso do pulso dele. Leve ao médico.
Juliana, que estava prestes a se levantar ao lado dela, congelou e sentou-se lentamente.
Ela olhou para Sílvia com um sorriso forçado, agindo como se nada tivesse acontecido agora.
Sílvia pegou o filme e olhou para ela e já ia falar quando Marcos disse casualmente: - Vá procurar o médico, tenho alguma coisa para falar para Juliana.
Juliana olhou para a figura de Sílvia saindo, ficou obviamente infeliz.
Marcos perguntou em voz baixa: - Por que fica infeliz de novo?
- Não, só acho que você e Sílvia parecem mais apropriados. - Juliana calou-se imediatamente após falar e olhou para Marcos com cautela.
Isso era um teste, e ela queria ouvir a resposta de Marcos.
Marcos ficou em silêncio por um momento, depois zombou e respondeu casualmente: - Mais apropriados? O que mais me incomoda é seu visual sem vida, que é extremamente chato.
Juliana piscou, Marcos disse algo novamente e um sorriso inocente apareceu imediatamente no rosto dela.
Sílvia ficou na esquina, originalmente queria dar a Juliana a água que tinha na mão, mas agora sentia que seu corpo estava enferrujado e ela não conseguia se mover.
Marcos disse que ela parecia sem vida e extremamente chata.
Não havia nada problema com o pulso de Marcos e ele só precisaria descansar alguns dias. Quando Sílvia voltou com o remédio, Marcos e Juliana já haviam voltado ao normal.
Mas a alegria que não podia ser escondida nos cantos dos olhos e das sobrancelhas de Juliana lembrou a Sílvia que o que ela acabou de ouvir não era falso.
Sílvia não disse nada no caminho, apenas mandou Juliana silenciosamente de volta, e depois voltou para o bairro dela e de Marcos.
O carro parou suavemente no estacionamento subterrâneo, Sílvia tirou a chave do carro e disse calmamente: - Têm relacionamento romântico?
Quando Juliana saiu do carro agora há pouco, Sílvia viu pelo retrovisor que ela beijou Marcos na lateral do rosto.
Marcos não negou: - Sim.
- Quando?
- Agora. - Marcos disse: - Ela está com ciúmes de você, precisa ser consolada.
A mão de Sílvia segurando a chave do carro apertou inconscientemente, - Por que está com ciúmes?
Marcos olhou para o vestido preto que ela usava, - Não use mais preto, não fica bem com você.
Sílvia franziu os lábios.
Não ficava bem ou Juliana não gostava?