Capítulo 0005
E quanto a ela?

E os oito anos que ela passou com Marcos?

Sílvia esperou pacientemente pela resposta dela, até mesmo respirando mais leve.

O tom de Marcos era igual com agora, decidida e sem emoção, - Sabe, eu não gosto de seu tipo.

Era verdade.

Com exceção do primeiro período, quando Marcos não tinha nenhuma mulher ao seu redor, as que ele encontrou depois eram muito diferentes de Sílvia.

Ele gostava das meninas boas e obedientes, mas não das obedientes como Sílvia.

Os olhos de Sílvia estavam ocultos na escuridão, incapaz de ver sua emoção.

E sua voz sempre ficou fria, - Você quer ficar aqui esta noite?

Marcos se levantou e pegou o casaco ao seu lado: - Não.

Sílvia não sabia se Marcos estava dizendo que ele não queria ela mais.

Quando ela chegou à empresa no dia seguinte, a mesa de Juliana estava trocada ao lado de sua.

A mesa de Juliana era bem em frente à sala do presidente, e ela podia ver o interior quando olhava para cima.

Juliana a cumprimentou: - Bom dia, Sílvia.

Sílvia guardou a bolsa, olhou para a felicidade em seus olhos e perguntou em um tom calmo: - Você não gosta da posição em que a coloquei, por que não disse isso ontem?

Juliana congelou e explicou com um pouco de confusão: - Foi o Pr. Correia me pediu para vir aqui, para supervisionar meu trabalho.

Suas bochechas ficaram vermelhas quando dizia, mas ela logo percebeu que Sílvia ainda estava ali e seus olhos ficaram nervosos.

Sílvia agora se sentia como uma demônia e estava apanhando deliberadamente.

Ela baixou os olhos, - Vá trabalhar.

A notícia da mudança de mesa de Juliana se espalhou rapidamente pela empresa e, quando Sílvia desceu para entregar seu trabalho, ouviu muitas fofocas.

Quando as pessoas a viam, calavam-se e faziam contato visual.

Sílvia não se importou, pegou suas coisas e saiu.

Ela tinha de voltar ao escritório do presidente agora, lembrando Marcos que tinha de se encontrar com um cliente que havia marcado há muito tempo.

Como resultado, assim que as portas do elevador se abriram, ela viu Marcos e Juliana lá dentro.

Ao vê-la, Marcos disse depois de uma pausa: - Vou encontrar com o Pr. Martins.

Sílvia acenou com a cabeça, - Vou dizer ao motorista para preparar o carro.

- Não precisa. - Marcos levantou a mão e fez um sinal para Juliana: - A Sec. Simões vai dispor.

Sílvia ficou estática por um momento, depois acenou com a cabeça: - A assembleia de acionistas é às três horas da tarde.

Marcos levou Juliana embora.

A assembleia de acionistas estava prestes a começar à tarde, mas eles ainda não voltaram.

Sílvia acalmou os acionistas, enquanto saiu da sala de reunião para ligar para Marcos.

O telefone tocou por um longo tempo antes de ser atendido e Sílvia estava prestes a perguntar quando ele voltaria, e ouviu a voz suave de Juliana, - Sílvia, o que houve?

Sílvia ficou em silêncio por um momento, - Onde está Marcos?

- Ele foi buscar um remédio para mim. - Juliana disse, em tom triste: - Eu quebrei o tornozelo e o Pr. Correia me levou para o hospital.

- É sério? - Sílvia olhou para a vegetação no corredor, perguntou com preocupação.

- O Pr. Correia disse que é grave. - Juliana era muito jovem, e falava de forma suave e gentil, o que fazia as pessoas se sentirem misericordiosas.

Não era à toa que Marcos gostou dela, pensou Sílvia.

Ela disse: - A assembleia de acionistas está prestes a começar, por favor, avise-o.

Ao terminar, ela ouviu a mudança de voz do outro lado do telefone.

Marcos disse gentilmente: - Adie a assembleia de acionistas, diga que tenho um assunto importante a tratar.

Sílvia ficou parada no corredor com o telefone desligado.

Até que o assistente saísse e a chamasse, ela voltou para a sala de reuniões.

Lidar com os acionistas não era fácil e, logo depois de se despedir deles e antes de ter a chance de beber água, Sílvia recebeu uma ligação da mãe de Marcos, Isabel Fernandes, pedindo que ela fosse à Família Correia.
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