O Santuário de Tules
Daniela Marçal
O “atelier” não era uma loja; era um santuário. A Matriarca, em sua ostentação discreta, havia garantido que a escolha do vestido fosse um evento exclusivo. Estávamos em uma suíte privada de um dos mais renomados “ateliers” de alta-costura em Mayfair, com janelas que davam para um pátio interno silencioso, longe de qualquer olhar curioso ou lente de paparazzo. O luxo ali era sussurrado: lustres de cristal, espelhos venezianos e, por todo o lado, sedas e rendas organizadas com reverência.
A Senhora Lancaster estava em seu comando supremo. Ela já havia contratado uma “cerimonialista”, uma figura mítica no círculo da realeza e da alta sociedade, cuja discrição era legendária.
— Daniela, querida, experimente este aqui. O decote em coração vai realçar a sua clavícula de forma sublime — ela instruiu, a voz firme enquanto passava as mãos pelo tecido de um vestido. — E não se preocupe com a logística. A Sra. Ellington já cuidou de tudo, desde a lista d