Meu pai está abatido

Na idade dela, eu acompanhava meus pais com prazer. Papai sempre me comprava algo que eu gostava, e depois íamos a uma lanchonete.

— O almoço está pronto — ela avisa.

— Obrigada. Já vou descer.

— Você não vai com a gente?

— Não.

— Viu meu vestido novo?

Levanto-me da cama.

— Vi. Ficou lindo em você.

— Por que não quer ir conosco?

Sorrio para ela.

— Nem sempre o que é bom para nós é bom para outra pessoa. Na sua idade, eu gostava, mas agora cresci.

— Se eu crescer e ficar como você, não quero — ela responde com a sinceridade de uma criança.

Rindo, pergunto:

— O que tem de errado comigo?

— Você está sempre fechada no quarto com essa cara.

Caímos na gargalhada. Ela faz uma expressão séria, olhar vidrado num canto, imitando-me. Rimos juntas.

— Vamos descer, ô “encrenca”.

Descemos as escadas. Yasmin está certa. Ser criança é bem menos complicado.

O almoço transcorre em um silêncio característico. Cada um preso em seus próprios pensamentos. Mas algo está errado. Papai não e
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