Ele se vira e se ergue, pairando sobre mim. Ele passa a mão pelo meu rosto.
— Eu encontrei a foto dela por acaso, dentro de um livro. Com raiva, a rasguei.
—O ódio está muito perto do amor. Você ainda a ama? Está tentando esquecê-la?
Zafir se inclina e me beija gentilmente nos lábios.
—Você acha que estou sofrendo por um amor perdido? —Ele ri. —Eu a rasguei para não ter nada do passado no meu presente. E por que estamos tendo essa conversa? Isso passou. Eu jamais senti por ela o que sinto por você, essa é a realidade. Você entrou na minha corrente sanguínea como uma droga.
Eu lhe dou um sorriso feliz.
—Verdade? —Mas a insegurança me faz perguntar. —E o que te faz pensar que o que sente por mim não é algum tipo de luxúria?
Ele segura meu rosto. Seu rosto sério, os olhos bem fixos nos meus fazem meu coração acelerar e tudo se congela. O mundo fica em silêncio.
— Eu não admiro somente seu corpo, seus cabelos, seu rosto. Eu consigo ler sua alma. Eu me apaixonei por esse seu jeito estabana