A escuridão sussurrava.
Seu toque frio, sedento, ansioso.
A jovem não sabia há quanto tempo caía pelo abismo, nem tinha certeza de quando exatamente se flagrara ali, naquele altar de pedra e sombras.
Yara olhou em volta.
Ainda estava caindo?
Não sabia dizer.
Estava deitada sobre a pedra, tomada pela vertigem, seu corpo exposto às sencientes sombras que serpenteavam sobre sua pele como línguas vivas, deixando rastros de gelo e agonia. Seus grilhões, feitos da mais pura escuridão, pareciam mais do que simples prisões — correntes vivas, pulsantes, que sugavam sua força a cada segundo que passava.
Ela tentou se mover, mas a dor a puxou de volta.
Os símbolos esculpidos em sua carne ardiam, cada traço deixando um caminho de sangue fresco e magia profana.
Era um ritual.
E ela era... o sacrifício?
As sombras a seu redor se contorciam, assumindo formas grotescas, espectros sem rostos que murmuravam em línguas esquecidas, suas vozes se entrelaçando num cântico sufocante.
Yara fechou os olhos, t