Wallace Thane
Nelson, CA
Agnes respirou fundo, como se estivesse tentando conter algo que pesava sobre seus pulmões há anos. Havia uma rigidez incomum em seu corpo, uma dureza que eu jamais vira nela antes. Seu olhar, que tantas vezes parecera acolhedor e sereno, estava frio, cortante, quase afiado. Ela apoiou as mãos na mesa como quem precisava de um ponto de apoio para sustentar a própria verdade — ou o próprio medo — e me encarou de frente, sem desviar.
— Como descobriu? — perguntou, num tom baixo, vigilante.
Eu não precisei que ela explicasse sobre o que estava falando. Ambos sabíamos. Madson.
— Eu senti — respondi com sinceridade. — Não foi cheiro, não foi visão. Foi… instinto. Algo vindo dela. Algo que eu não soube nomear. Mas hoje ficou diferente. Mais intenso. Como se algo estivesse acordando dentro dela. E ela está sofrendo com isso.
Não entrei em detalhes. Madson não me dera esse direito. Se aquela conversa fosse ter algum tipo de dignidade, seria ela quem decidiria o que co