"Mesmo os lugares mais silenciosos podem ecoar gritos que ninguém ouviu."
O silêncio da biblioteca era um alívio para Sophia. Ali, entre livros antigos e telas holográficas, ela encontrava seu refúgio.
Já era o quarto dia desde que recuperaram o cartão de memória, parcialmente queimado, que sobreviveu ao atentado com o drone. Desde então, ela mal dormia. Estava decidida a decifrar os dados ocultos naquele fragmento.
Estava sentada à mesa mais afastada do salão. Papéis espalhados, uma caneca de café intocada, a tela piscando com códigos criptografados e ao seu lado um livro técnico de criptografia de guerra.
Foi então que uma voz suave cortou o ar:
— “Trabalhando duro?”
Sophia ergueu os olhos, distraída. Um soldado que ela não reconhecia se aproximava, sorrindo de forma educada. O uniforme era padrão, o crachá visível, o porte firme. Mas havia algo nos olhos dele… algo que gelava a espinha.
— “Sempre.” — respondeu de forma contida, educada, como quem está tentando encerrar o papo. — “P