Quando o relógio marcou 17h45, Julietta se virou para ele:
— Senhor, o corretor marcou o horário para as seis.
— Certo, Clara — disse Heitor, levantando-se imediatamente. — Continuamos os cálculos amanhã.
Julietta sentiu o coração vibrar de felicidade. Ele escolheu ir comigo.
Clara, no entanto, não disfarçou a decepção.
— Heitor, gostaria de uma palavrinha com sua secretária. A sós.
Julietta a encarou, desconfiada.
— Lá fora? — perguntou Clara, com um sorrisinho. — Consegue andar? — acrescentou, em tom sarcástico.
Julietta percebeu o veneno por trás da gentileza.
Heitor olhou para ambas e respondeu:
— Não precisa, fiquem aqui. Vou para minha sala dar uma refrescada. — E saiu.
Assim que a porta se fechou, Clara cruzou as pernas e apoiou os cotovelos nos joelhos, inclinando-se levemente para frente.
— Você tem ideia do valor do Heitor no mundo dos negócios? — perguntou com frieza. — Sabe o peso que têm as opiniões dele? E você está aí... vendendo-as de graça, nos seus relatórios de “fre